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França recebe satisfeita o apoio da UE à intervenção no Mali

Internacional|Do R7

Paris, 17 jan (EFE).- A França recebeu com satisfação nesta quinta-feira o sinal verde da União Europeia (UE) a uma missão de formação do Exército malinês e a acelerar seu desdobramento, que chega no sétimo dia de operações da intervenção francesa no Mali. Para o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, participante na reunião dos 27 países comunitários realizada em Bruxelas, essa missão representa uma "ajuda importante para acelerar a reconstrução do Exército do Mali". A operação, cujo desdobramento poderá tornar-se efetivo a partir de meados de fevereiro, conta com um mandato de 15 meses, um orçamento comum de 12,3 milhões de euros e 450 soldados, dos quais 200 se encarregarão de treinar quatro batalhões do Exército malinês. "Corresponde aos africanos estar na linha de frente", insistiu Fabius, satisfeito que o conjunto de países europeus tenha expressado sua solidariedade e não tenham descartado a possibilidade de enviar tropas de combate. Desde o início de sua ofensiva contra os grupos salafistas que desde meados de 2012 controlam o norte do Mali, as autoridades francesas sustentaram que não têm intenção de estar "permanentemente" nesse país. Além disso, o respaldo a Paris coincide com o surgimento na França de vozes críticas por sua atuação individual. Além disso, chega no momento em que o ataque a um campo de gás na Argélia - reivindicado por um grupo próximo à Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) em represália pela decisão do Executivo argelino de abrir seu espaço aéreo à aviação francesa para a operação no Mali - aumenta as dúvidas sobre a necessidade de a França ter se colocado na linha de frente do conflito. Esse ataque "justifica mais a decisão de sair em ajuda ao Mali", ressaltou hoje o presidente francês, François Hollande, não sem admitir que a libertação dos reféns na Argélia, cujo número ainda é confuso, está acontecendo "em condições dramáticas". Fabius salientou hoje em Bruxelas que, embora a França tenha sido "precursora" na intervenção no Mali, a necessidade que outros Estados se unam de alguma maneira à operação está justificada pelo fato de que "todos os países europeus se veem afetados pelo terrorismo". Essa foi a linha defendida desde o princípio pelas autoridades francesas, que consideraram que, se não se tivesse acelerado sua intervenção, Bamaco já estaria sob poder salafista, com o conseguinte perigo que esse controle teria representado para a região. Na França, quase todos os grupos políticos apoiaram a incursão, mas não faltam críticas à decisão de ter exposto dessa maneira as tropas francesas e o país sem apoio militar de outros Estados ocidentais. "Temo que nos tenhamos introduzido em uma espiral que nos vai custar muito para controlar. É importante esclarecer os objetivos da intervenção. (...) Envolvemo-nos nesta operação e enfrentamos riscos extremamente elevados. E estamos sozinhos", disse o ex-ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, ao canal de televisão "France 24". Os chefes de Estado-Maior da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao) anunciaram ontem em Bamaco "o desdobramento imediato" da AFISMA, força africana que irá ao Mali com mandato das Nações Unidas. Porém, em nível ocidental, como ficou em evidência hoje, o apoio não passou ainda do plano político e logístico, apesar de Fabius considerar "absolutamente possível" que algum outro país europeu acabe enviando tropas de combate. "Nos preocupa extremamente ver que a França atua tão isolada", lamentou na quarta-feira no Parlamento o chefe da oposição francesa, Jean-François Copé, líder da conservadora União por um Movimento Popular (UMP). Uma postura que Hollande e Fabius tentaram aplacar hoje em nível nacional: "Todos os europeus estão mobilizados" para a formação das forças africanas, destacou o primeiro, enquanto o ministro lembrou que "o conjunto de países europeus expressou sua solidariedade". EFE mgr/rsd (foto)

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