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Governo argentino cortará benefícios sociais de manifestantes que fecharem vias

Movimentos sociais e partidos de esquerda convocaram protesto para esta quarta-feira (20)

Internacional|Do R7

Manifestações devem ficar restritas às calçadas, afirmou ministra
Manifestações devem ficar restritas às calçadas, afirmou ministra

O governo da Argentina confirmou nesta segunda-feira (18) que os beneficiários de planos sociais que participarem de protestos que bloqueiem vias não receberão mais ajuda estatal e disse que buscará eliminar a intermediação feita por organizações sociais na concessão desses subsídios.

"As únicas pessoas que não receberão o plano são aquelas que vão a uma passeata e bloqueiam a rua. O presidente [Javier Milei] já disse: aqueles que bloquearem as ruas não receberão", advertiu a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, em uma mensagem gravada.

Em relação ao protesto convocado para esta quarta-feira (20) pelos movimentos sociais e partidos de esquerda, a ministra ressaltou que, embora o ato seja um direito, também o é "respeitar o direito das pessoas de se movimentarem livremente".

"Todos aqueles que tiverem promovido, instigado, organizado ou participado de bloqueios perderão todo o diálogo com o Ministério do Capital Humano", ressaltou Pettovello.


A ministra disse que será realizada uma auditoria em todas as organizações que oferecem planos sociais, com o objetivo de eliminar a intermediação na concessão desses benefícios pagos pelo estado aos setores vulneráveis e aos desempregados.

Ela questionou as "mães" beneficiárias de planos que levam seus filhos às passeatas e argumentou que é "desnecessário" expor as crianças "ao calor e à violência das manifestações".


Na quinta-feira, a ministra da segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou que as forças de segurança federais intervirão para impedir bloqueios de ruas e rodovias e de empresas, como forma de protesto sindical ou social.

Os protestos só poderão ser realizados em calçadas, e as forças de segurança envolvidas na operação poderão portar armas de fogo, um protocolo que foi rejeitado pelas organizações sociais.


A Argentina está passando por um cenário social e econômico delicado, com cerca de 45% da população vivendo abaixo da linha da pobreza.

O novo programa econômico lançado pelo governo de Javier Milei, que assumiu o poder em 10 de dezembro, inclui medidas de austeridade rígidas, em um contexto de inflação muito alta.

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