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Invasão alienígena ou espionagem? O que está acontecendo nos EUA?

País já derrubou quatro objetos não identificados nos últimos dias; destroços precisam ser estudados para que origem seja conhecida

Internacional|Larissa Crippa*, do R7

Suposto balão chinês foi abatido por míssil americano
Suposto balão chinês foi abatido por míssil americano Suposto balão chinês foi abatido por míssil americano

A Força Aérea dos Estados Unidos abateu o quarto óvni — objeto voador não identificado — no último domingo (12). O assunto começou a ganhar repercussão na semana passada, quando um balão chinês foi identificado ao sobrevoar o território americano. A situação fez com que militares e civis ficassem com o olhos no céu em busca de novos invasores. 

Apesar do contexto de uma disputa geopolítica, o fato de especialitas tratarem esses casos como óvnis fez surgir diversas teorias sobre a presença de alienigenas na Terra.

Para as autoridades no assunto, não existe uma resposta exata sobre o que realmente foi abatido pelos mísseis americanos nos últimos dias. Tanto espionagem quanto óvnis são questões de segurança nacional e, portanto, de extremo sigilo.

O que são os óvnis

O professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Bauru, explica que os óvnis — ou UFOs, na sigla em inglês — são qualquer coisa que esteja no céu e que não pode ser identificada de imediato.

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Apesar de associações diversas, um avião que está a uma grande altitude, quando visto da superfície, também pode ser classificado como óvni até que sua procedência seja identificada.

Cássio Barbosa, astrônomo da FEI (Fundação Educacional Inaciana "Padre Sabóia de Medeiros"), conta que o termo é usado desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mas se popularizou com teorias da conspiração, episódios misteriosos relatados nos anos 50 e, é claro, os filmes e as séries de ficção científica.

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Uma confusão comum que as pessoas fazem é achar que o termo óvni é sinônimo de disco voador. Essa nomenclatura não é o indicativo de que algo tenha vindo do espaço nem que seja um artefato criado por alienígenas.

O que define oficialmente se determinado objeto é identificável ou não são os órgãos governamentais, ou militares, que possuem os conhecimentos e protocolos de análise adequados, além dos equipamentos apropriados.

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As Forças Armadas possuem comunicações por rádio e detecção por radar do espaço aéreo, além de contarem com a possibilidade de enviar aviões militares até o local onde está o objeto voador, para um contato visual.

Os objetos não identificados geralmente são equipamentos militares de outros países, ou do próprio país, mas também podem ser artefatos espiões ou qualquer outro item desconhecido mas fabricado por humanos.

Por que as autoridades destroem tais objetos tão rapidamente?

Caças americanos fazem patrulha aérea do país
Caças americanos fazem patrulha aérea do país Caças americanos fazem patrulha aérea do país

Apesar de parecer que esse tipo de decisão é tomada imediatamente pelas autoridades de um país, existem protocolos a ser seguidos. Em geral, é necessário uma operação para avistar o objeto voador e tentar algum tipo de comunicação antes de derrubá-lo.

Barbosa menciona que a destruição desses óvnis é uma questão de segurança nacional. "Ninguém sabe a origem, pode estar associado com espionagem. Como esse caso dos balões que a China alega serem para controle atmosférico."

"Quando não há identificação no radar, o espaço aéreo precisa ser fechado, e se não existem respostas do objeto eles precisam destruir, por segurança”, explica.

Langhi complementa: “Esses objetos podem apresentar perigo às pessoas caso venham a cair em solo de modo descontrolado, como já aconteceu várias vezes com lixos espaciais, que são restos de foguetes deixados em órbita quando usados para lançar satélites artificiais".

"Como esses pedaços de foguete não possuem controle de movimentação daqui, da Terra, eles simplesmente ficam orbitando em torno do nosso planeta, até que algum dia acabam caindo."

Na nossa atmosfera, os objetos entram em combustão, e muitos destroços pegam fogo e viram cinzas antes de cair. Dependendo do tamanho do objeto, porém, ele não se queimará completamente, e alguns pedaços cairão na superfície da Terra, o que pode causar acidentes.

O que acontece com os destroços?

Quando recuperados, os materiais de óvnis derrubados são estudados e catalogados em relatórios. No entanto, as informações completas não são de acesso público.

“Tais informações normalmente são confidenciais e de posse militar. Muitas pessoas sensacionalistas se aproveitam de tais situações e acontecimentos para enganar a população e ganhar visualizações e audiência, inventando falsas informações e adulterando imagens e vídeos para parecerem reais", ressalta o professor da Unesp.

O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, afirmou que não descarta nenhuma possibilidade.

“Vou deixar a comunidade de inteligência e a comunidade de contra-espionagem descobrir isso. Não descartei nada. Estamos chamando-os de objetos, não de balões, por uma razão", disse o general da Força Aérea dos EUA Glen VanHerck.

Outras preocupações

Apesar de os entusiastas de vida alienígena estarem empolgados com o futuro da vida fora do planeta, existem preocupações bem presentes na Terra.

“Fica a curiosidade do que está acontecendo, né? Porque tudo veio à tona de uma hora pra outra. Se isso sempre existiu, por que nunca apareceu? Agora temos três avistamentos nos Estados Unidos, no Canadá, na China e na América Latina. Por que isso, do nada?” questiona Barbosa, astrônomo da FEI.

“Temos lado a lado duas superpotências antagônicas passando pela mesma situação, o que é bem estranho. Então, talvez, os objetos sejam de algum governo ou empresa privada espionando os países, com um sistema que estava discreto esse tempo todo. Mas até que alguém consiga um destroço que tenha alguma identificação de fabricante, ficamos apenas em especulações”, completa.

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Se comprovado que os objetos são tecnologia de espionagem, surgirão grandes atritos na diplomacia internacional.

Questionado pelo R7, o órgão brasileiro Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) afirmou que não recebeu nenhum relatório, tampouco identificou nenhum balão do gênero até o momento sobrevoando o país.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques 

Marinha dos EUA divulga imagens de resgate do balão chinês

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