Jean-Marie Le Pen anuncia criação de novo partido na França
Internacional|Do R7
Paris, 11 mai (EFE).- O fundador do partido ultradireitista francês Frente Nacional (FN) e do qual foi recentemente afastado, Jean-Marie Le Pen, anunciou nesta segunda-feira que planeja criar "uma legenda" que sirva de "paraquedas contra o desastre", mas que não concorrerá com a que formou em 1972. "Não vou criar outro partido. Vou criar um partido que não será concorrente da FN. Será uma espécie de paraquedas contra o desastre", declarou em entrevista à emissora "Radio Courtoisie". Le Pen declarou que essa legenda integrará "todos os indignados" com a linha política da FN, "que são vários", e antecipou que espera que contribua para restabelecer a que é seguida por esse partido "há décadas". O líder histórico da extrema-direita francesa, que foi suspenso de militância no FN no último dia 4 em resposta a seus últimos comentários, ressaltou que continuará lutando "enquanto tiver força" e disse estar "triste" pela batalha interna desencadeada nesse partido, dirigido por sua filha, Marine Le Pen. "Acho que é preciso restabelecer no movimento uma verdadeira democracia", disse Le Pen, que insistiu que devem ser corrigidos os "erros" cometidos em seu próprio campo, mas incentivou as pessoas a votar na FN. A punição decretada pelo órgão executivo da FN, a principal instância de direção, se deve aos comentários de Le Pen, em entrevista à revista ultradireitista "Rivarol", de que as câmaras de gás são um "detalhe" da história e de que o marechal Pétain, colaboracionista com os nazistas, "não foi um traidor". A poucos meses das eleições regionais no país, nas quais a Frente Nacional espera obter grandes resultados, a atual presidente da legenda, Marine le Pen, enfrentou a maior crise interna do partido em sua história, na qual o fundador disse ter sido "desautorizado". "Acho que Marine tem grandes valores, grandes qualidades", admitiu hoje Le Pen, que apesar de tudo não escondeu em suas declarações as críticas a sua filha, que assumiu as rédeas do partido em janeiro de 2011. Se a atual presidente "recuperar o caminho da liberdade de pensamento, e se for capaz de tomar outras responsabilidades que as sugeridas por maus conselheiros, acho que tudo é possível", disse ele em referência às eleições presidenciais de 2017, para as quais apelou que "o campo nacional esteja unido" em sua batalha contra socialistas e conservadores. EFE mgr/id