Líbano não descarta ataque externo como causa de explosão
Gabinete presidencial diz que investigações caminham por três linhas: acidente, negligência e interferência externa; 16 pessoas já foram presas
Internacional|Do R7, com Reuters
O presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou nesta sexta-feira (7) que as investigações sobre a megaexplosão que destruiu a região portuária de Beirute seguem três linhas: acidente, negligência e interferência externa. Segundo o gabinete presidencial, Aoun diz que há a possibilidade de um foguete ou outro tipo de detonador ter sido responsável pelo grave incidente, que já deixou mais de 150 mortos, 5 mil feridos e cerca de 300 mil desabrigados.
As autoridades libanesas já prenderam 16 indivíduos durante as investigações sobre a explosão. Um corte militar preside os trabalhos, uma vez que Beirute está em estado de emergência devido ao desastre. Já foram ouvidas pelos investigadores diversas autoridades portuárias e aduaneiras e indivíduos responsáveis ou envolvidos em trabalhos de manutenção no armazém, que abrigava material altamente inflamável que explodiu.
Até agora, sabe-se que o impacto devastador da explosão tem relação com as 2.750 toneladas de nitrato de amônio armazenadas no porto de Beirute. No entanto, a investigação busca esclarecer o que detonou o processo que levou ao desastre.
O presidente Michel Aoun declarou que três perguntas terão de ser respondidas pelas investigações. "Primeiro, como o material explosivo entrou [no país] e foi armazenado. Segundo, se a explosão foi resultado de negligência ou acidente. E terceiro, a possibilidade de ter havido interferência externa."
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Também na manhã desta sexta-feira, representantes de agências da ONU (Organização das Nações Unidas) avaliaram o desastre em uma coletiva em Genebra e apontaram a necessidade de uma investigação independente sobre a explosão.
Teme-se que o governo apele para medidas de força para tentar responder à insatisfação popular crescente no Líbano, já extremamente afetado por uma grave crise econômica e política e pela pandemia do novo coronavírus.