Macron busca união para combater direita: 'Estendo a mão a todos'
Presidente da França deve enfrentar a opositora Marine Le Pen no segundo turno das eleições, que acontecerá em duas semanas
Internacional|Do R7
O presidente da França, Emmanuel Macron, provável vencedor do primeiro turno das eleições presidenciais, estendeu a mão neste domingo (10) a todos os eleitores e se disse disposto a "inventar algo novo para unir convicções e sensibilidades diversas" para o segundo turno.
"A confiança de vocês me honra. Não nos enganemos, nada está decidido. O debate que teremos nos próximos 15 dias é decisivo para o nosso país e a Europa", afirmou Macron, que recebeu cerca de 28% dos votos no primeiro turno, cinco pontos percentuais mais que a ultradireitista Marine Le Pen, segundo pesquisas de boca de urna.
No portão do Palácio de Versailles, o lugar onde celebrou em 2017 a sua passagem ao segundo turno, também contra Le Pen, o chefe de Estado pediu que não sejam poupados esforços e se comprometeu a fazer o mesmo para renovar o seu mandato.
Macron disse que seu projeto é "o único" que pode responder a favor do poder aquisitivo e dos trabalhadores e contra a pobreza.
"Quero chegar a todos aqueles que querem trabalhar para a França. Quero convencê-los nos próximos dias que o nosso projeto responde de forma mais sólida que o da extrema direita aos medos e desafios dos tempos", acrescentou.
O atual presidente, que votou com a esposa, Brigitte, enfatizou que quer uma França "que supere o desafio climático e ecológico" e se opõe ao "separatismo islâmico".
Ao longo do discurso, sem ares triunfalistas, Macron agradeceu à maioria dos candidatos derrotados por terem pedido votos a seu favor e se mostrou consciente de que tal apoio não implica aprovação direta ao seu programa.
"Alguns votarão em mim para acabar com a extrema direita. Sei que não será um apoio ao projeto que represento e respeito isso", frisou o presidente, que admitiu que, quando a extrema direita tem tanto peso no país, "não se pode considerar que as coisas estão indo bem" e que é preciso convencer essa parte da população "com muita humildade e respeito".