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Macron diz que, na 'situação atual', não assina acordo Mercosul-UE

Presidente francês diz que Bolsonaro 'não manteve compromissos climáticos'; segundo ele, internacionalização da região não está em pauta

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais

Macron diz que a Europa tem responsabilidade na situação da Amazônia
Macron diz que a Europa tem responsabilidade na situação da Amazônia

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse em uma entrevista a uma emissora francesa nesta segunda-feira (26), após a reunião do G7 em Biarritz, que na situação atual, com intenso desmatamento e queimadas na Amazônia, não assinará o acordo de cooperação econômica entre a União Europeia e o Mercosul.

"Desde julho, Bolsonaro não manteve sua palavra sobre nossos compromissos climáticos", disse Macron. "No estado atual, não vou assinar (o acordo) com o Mercosul."

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Ele lembrou que nas duas décadas em que o acordo entre os dois blocos ficou em negociação, "o processo foi muito duro para a Europa, com cláusulas para proteger nossa agricultura e o clima."


Alianças não podem ser esquecidas

No entanto, Macron evitou acusar diretamente Bolsonaro pelas queimadas na Amazônia. "Seria errado dizer que ele é responsável", ressaltou. As alianças do presidente brasileiro com o agronegócio e as mineradoras, no entanto, não podem ser esquecidas, segundo ele.


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"Mas ele tem apoiado projetos econômicos que são prejudiciais à floresta amazônica. O reflorestamento também é nossa responsabilidade, respeitamos sua soberania, mas o tema da Amazônia é o assunto de todo o planeta, não podemos deixar que você destrua tudo ".

Ele também afirmou que parte da responsabilidade pela expansão do agronegócio brasileiro é da Europa e da França, que estão entre os maiores importadores da soja nacional.


"Temos um pouco de cumplicidade nisso. A soja é necessária na Europa, usada para alimentar animais, é o resultado de um antigo equilíbrio na década de 1960 entre Europa e América, eu considero uma escolha muito ruim", ressaltou o presidente francês, que defende possível alimentar o gado europeu com soja local.

Internacionalização não está em pauta

Por fim, Macron falou também sobre a ideia de uma "internacionalização" da Amazônia, principal crítica do governo brasileiro a uma eventual interferência de governos estrangeiros no gerenciamento da área florestal. Ele disse que a proposta, às vezes levantada por entidades que defendem a floresta, não está em discussão no momento.

"Esta não é a estrutura da iniciativa que estamos tomando, mas é uma questão real que surge quando um Estado soberano adota medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo o planeta"

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