Melissa e Andrea: saiba como os furacões ganham um nome a cada ano
Fenômenos seguem ordem alfabética; lista deste ano é a mesma de 2019, com uma exceção
Internacional|Do R7
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A cada temporada de tempestades no Atlântico, uma nova lista de nomes é ativada para batizar os furacões. Em 2025, a temporada começou oficialmente em 1º de junho e, até agora, já teve 13 sistemas nomeados — do primeiro, Andrea, ao mais recente, Melissa, que alcançou categoria 5 e provocou destruição na Jamaica e em outras ilhas do Caribe.
A lista utilizada neste ano é a mesma de 2019, com exceção de um nome: Dexter, que substituiu Dorian, retirado após o desastre de 2019 nas Bahamas.
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Os nomes não são escolhidos de forma aleatória. Desde 1953, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos e, posteriormente, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), com sede em Genebra, mantêm listas rotativas de nomes para o Atlântico Norte. Cada lista é usada a cada seis anos, com 21 nomes dispostos em ordem alfabética e alternando entre nomes masculinos e femininos.
O objetivo de batizar as tempestades é facilitar a comunicação entre cientistas, autoridades e população. Antes desse sistema, os ciclones eram identificados por coordenadas geográficas, o que gerava confusão em alertas de emergência. O uso de nomes curtos e fáceis de lembrar ajuda a evitar erros quando várias tempestades ocorrem ao mesmo tempo.
A escolha dos nomes segue regras específicas. São excluídas as letras Q, U, X, Y e Z, devido à escassez de prenomes comuns que comecem por elas. Caso uma temporada ultrapasse os 21 nomes previstos, a OMM pode recorrer a uma lista suplementar aprovada previamente. Isso aconteceu em 2005, ano em que o devastador Katrina fez história.
Os nomes também mudam conforme a região. No Atlântico e no Pacífico Leste, predominam nomes comuns em inglês, espanhol e francês, refletindo a diversidade linguística dos países afetados. Já no Pacífico Oeste e no Oceano Índico, são usados termos que incluem flores, animais e personagens mitológicos, como “Kulap” (rosa, em tailandês) e “Kujira” (baleia, em japonês).
Nem todos os nomes se repetem. Quando um furacão causa destruição excepcional ou alto número de mortes, ele é “aposentado” da lista e substituído. Foi o que aconteceu com Katrina, Maria, Irma, Ian e, recentemente, Milton, retirado após a temporada de 2024. A OMM explica que a exclusão é uma forma de respeito às vítimas e evita confusão em futuros registros históricos.
A tradição de nomear tempestades começou durante a Segunda Guerra Mundial, quando militares americanos passaram a usar nomes de mulheres — muitas vezes, de esposas ou mães — para se referir a ciclones. A prática foi oficializada em 1953 e, só em 1979, nomes masculinos foram incluídos para equilibrar a representação.
Curiosamente, um estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, indicou que furacões com nomes femininos tendem a causar mais mortes. A hipótese é que a população leva menos a sério nomes de mulheres, subestimando o perigo e se preparando menos.
Nesta temporada, a lista completa de 2025 inclui Andrea, Barry, Chantal, Dexter, Erin, Fernand, Gabrielle, Humberto, Imelda, Jerry, Karen, Lorenzo, Melissa, Nestor, Olga, Pablo, Rebekah, Sebastien, Tanya, Van e Wendy. O furacão Melissa é, até agora, o mais intenso do ano.
Quando novembro chegar e a temporada se encerrar, a OMM começará a revisar os nomes. Caso Melissa mantenha seu impacto devastador no Caribe, é provável que seu nome também seja retirado da lista e substituído por outro em 2031, quando esse mesmo conjunto de nomes voltará a ser usado.
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