Míssil disparado contra cidade síria de Aleppo mata 19 pessoas; Moscou prepara retirada de russos
Ativista disse que a maioria das vítimas são menores de idade e negou que o bombardeio tivesse como alvo os rebeldes
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Dezenas de pessoas morreram após o impacto de um míssil no bairro de Jabal Badru, no leste de Aleppo, onde continuam os trabalhos de resgate das vítimas entre os escombros dos edifícios, informaram nesta terça-feira (19) ativistas sírios.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 23 pessoas, entre elas dez menores e três mulheres, morreram pelo impacto ontem à noite do projétil, enquanto o representante da rede Sham em Aleppo, Mayed Abdel Nour, elevou o número a 60.
Abdel Nour explicou à agência de notícias EFE, via internet, que o Exército do regime sírio utilizou um míssil Scud, cuja queda destruiu várias casas de Jabal Badru.
O ativista da rede Sham afirmou que a maioria das vítimas são menores de idade e negou que o bombardeio tivesse como alvo os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS), já que nesse bairro não há presença da insurgência.
Por sua vez, o porta-voz da brigada Al Tauhid do ELS em Aleppo, Abu Feras, disse que, segundo as informações do hospital, as vítimas mortais já são mais de 50.
Há três dias, os grupos opositores denunciaram que o Exército sírio lançou dois mísseis tipo Scud contra o norte da Síria desde um quartel da Província de Rif Damasco.
Mais de 4 milhões de pessoas precisam de ajuda na Síria
Mais de 4 milhões de pessoas necessitam de ajuda na Síria, segundo cifras publicadas hoje pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) em Genebra.
É uma cifra quatro vezes maior do que há um ano, em março de 2012, quando o OCHA fez uma estimativa de 1 milhão de pessoas necessitadas.
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Estes 4 milhões representam quase um em cada cinco sírios, acrescenta a OCHA, que coordena a ajuda humanitária no país, devastado pela guerra civil que já deixou 70.000 vítimas.
A Síria contava com 20,8 milhões de habitantes em março de 2011, data do início da revolta popular contra o regime do presidente sírio Bashar al Assad.
Desde então, mais de 850 mil fugiram do país para se refugiar no exterior. As pessoas que precisam de ajuda vivem principalmente em três regiões: Aleppo (norte), Homs (centro) e Damasco (sul).
O OCHA pediu mais de R$ 1 bilhão para ajudar a população síria necessitada, mas, no momento, só arrecadou 20,5% do montante.
Moscou prepara possível retirada de russos da Síria
A Rússia enviou nesta terça-feira dois aviões com ajuda humanitária para a Síria e anunciou o deslocamento de mais quatro navios de guerra ao Mediterrâneo, que podem ser utilizados para repatriar os muitos russos que moram neste país do Oriente Médio.
Dois aviões do ministério de Situações de Emergência, com 46 toneladas de ajuda humanitária, decolaram na manhã desta terça-feira de Moscou rumo a Lataquia, na costa noroeste da Síria, um reduto do presidente Bashar al Assad.
O ministério informou que as duas aeronaves podem retornar ao país com russos que moram na Síria e que desejam deixar o território sírio.
Fontes da comunidade russa na Síria afirmaram que existe a possibilidade do retorno de 150 pessoas a Moscou, segundo a agência Interfax.
Ao mesmo tempo, o ministério da Defesa informou que a Rússia enviará mais quatro navios de guerra ao Mediterrâneo.
Os navios de transporte de tropas Kaliningrado, Chabalin, Saratov e Azov se unirão ao navio de patrulha Smetlivyi e a outras embarcações que já estão na região, segundo o ministério.
Uma fonte militar, citada pela agência pública Ria Novosti, declarou que os navios devem, principalmente, retirar os cidadãos russos da Síria.
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