Nancy Pelosi confirma viagem à região Ásia-Pacífico, mas não cita Taiwan
Delegação de seis membros visitará Singapura, Malásia, Coreia do Sul e Japão, informou o gabinete da deputada em comunicado
Internacional|Do R7
A presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a deputada Nancy Pelosi, liderará uma delegação do Congresso para visitar a região Ásia-Pacífico, confirmou seu gabinete neste domingo (31), sem mencionar, porém, uma parada em Taiwan.
A delegação de seis membros visitará Singapura, Malásia, Coreia do Sul e Japão, informou o gabinete de Pelosi em comunicado.
"A viagem se concentrará na segurança mútua, parceria econômica e governança democrática na região do Indo-Pacífico", segundo o comunicado.
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"Nossa delegação realizará reuniões de alto nível para discutir como podemos continuar avançando em nossos interesses e valores compartilhados, incluindo paz e segurança, crescimento econômico e comércio, a pandemia de Covid-19, a crise climática, direitos humanos e governança democrática", comentou Pelosi na nota.
As relações entre os Estados Unidos e a China passam por um período de tensão desde que foi levantada a possibilidade de Pelosi visitar Taiwan.
A China considera Taiwan, uma ilha de cerca de 23 milhões de habitantes, como uma de suas províncias, que ainda não foi reunificada com o restante de seu território desde o fim da guerra civil chinesa (1949).
O governo chinês se opõe a qualquer iniciativa que dê legitimidade internacional às autoridades taiwanesas e qualquer contato oficial entre Taiwan e outros países.
Na quinta-feira, o presidente Joe Biden e seu colega chinês Xi Jinping tiveram uma tensa conversa telefônica, com Xi dizendo a Biden que os Estados Unidos não deveriam "brincar com fogo" quando se trata de Taiwan.
Nessa mesma linha, o porta-voz da Força Aérea chinesa insistiu neste domingo que a defesa do território chinês é a "missão sagrada" do Exército.
"A Força Aérea tem firme determinação, total confiança e capacidade suficiente para defender a soberania nacional e a integridade territorial", declarou o porta-voz ao Diário do Povo, o meio de comunicação do Partido Comunista da China.
Desde 1979, os Estados Unidos reconhecem o princípio de "uma só China" com capital em Pequim. Não reconhece oficialmente Taiwan, mas apoia o território militarmente.
Na conversa por telefone, Biden assegurou que a posição dos Estados Unidos sobre Taiwan não mudou e que seu país se opõe aos "esforços unilaterais para modificar o status ou ameaçar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".
Nesta semana, o Exército taiwanês realizou seus maiores exercícios militares anuais, que incluíram simulações de interceptação de ataques chineses a partir do mar.
Ao mesmo tempo, o porta-aviões americano USS Ronald Reagan e sua flotilha partiram de Singapura para o mar da China Meridional, segundo a Marinha dos EUA.
E no sábado, em resposta, a China realizou um exercício militar com "munição real" no Estreito de Taiwan.