Negros sempre foram perseguidos nos EUA, analisa sociólogo
Doutor em ciências sociais explica que corrente de problemas na história racial e violência policial acabam sendo motor de protestos nos EUA
Internacional|Do R7

O doutor Dagoberto José Fonseca, professor de ciências sociais da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) analisou, em entrevista a Evelyn Bastos, correspondente da Record TV em Nova York, que a série de protestos que ocorrem após a morte de George Floyd reflete um movimento de que os negros sempre foram perseguidos nos EUA. Floyd foi morto pela polícia, em Minnesota, no dia 25 de maio, após uma abordagem policial.
“Os Estados Unidos têm uma história de intolerância racial, de perseguição racial, uma história que não é só falar de racismo. Os negros, independente de onde eles estejam nos Estados Unidos, são perseguidos", afirma o professor.
Fonseca explica que isso ocorre devido à formação política, policial e do sistema de justiça americano que "faz com que a força policial atenda os interesses hegemônicos dominantes da sociedade, que são os interesses da branquitude, portanto todos aqueles que não são brancos, correm risco nos EUA".
O doutor em ciências sociais afirma ainda que a percepção desta constante racial acaba sendo motor para as manifestações que ocorrem após a morte de Floyd.
"Você pode ser a vítima dessa mesma polícia amanhã, que não é preparada para atender de maneira educada e civilizada aqueles que estão no meio urbano, é uma polícia que não age com urbanidade, ela age com brutalidade, com violência", explicou Dagoberto.
"Portanto, há uma história nos EUA que não é uma história de hoje. As lutas pelos direitos civis nos Estados Unidos não podem diminuir o seu tom e seu vigor", opinou o professor.
