Logo R7.com
RecordPlus

O que está por trás da onda de protestos liderados por jovens da Geração Z na África?

Manifestações em países como Quênia, Madagascar e Marrocos revelam frustração com governos e clamam por mudança

Internacional|Do R7

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Jovens da Geração Z estão liderando protestos em países africanos como Quênia, Madagascar e Marrocos.
  • As manifestações ocorrem devido à insatisfação com desemprego, corrupção e promessas não cumpridas pelos líderes.
  • A queda do presidente de Madagascar e a resposta violenta do governo do Marrocos refletem a crise de legitimidade dos governos.
  • A interconexão entre esses protestos está criando uma rede de solidariedade entre os jovens africanos, que buscam mudanças sociais e políticas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Movimento de jovens da Geração Z lidera protestos em Madagascar Reprodução/Instagram/@gen_z_madagascar

Uma onda de protestos liderados por jovens da chamada Geração Z vem sacudindo o continente africano. As manifestações começaram no Quênia, se espalharam para Madagascar e agora atingem o Marrocos, deixando um rastro de mortos, feridos e governos em crise. Em comum, os movimentos denunciam a falta de oportunidades econômicas e a falência das promessas feitas por líderes eleitos.


Em Madagascar, a pressão das ruas derrubou o presidente Andry Rajoelina nesta semana, depois que multidões exigiram sua saída por não garantir serviços básicos como água e energia. No Marrocos, três pessoas morreram em confrontos durante protestos que criticavam os altos gastos com a Copa Africana de Nações, que será realizada no país entre dezembro e janeiro, e a preparação para o Mundial de 2030, enquanto escolas e hospitais seguem em precariedade.

LEIA MAIS

No Quênia, os protestos eclodiram em 2024 contra um projeto de lei fiscal do presidente William Ruto, acusado de aumentar o custo de vida. Jovens tomaram as ruas de Nairóbi e de outras cidades, denunciando corrupção, desemprego e o peso da dívida pública. Após mais de 60 mortes, Ruto retirou o projeto, mas a desconfiança em relação ao governo permanece, e novas manifestações continuam ocorrendo.


Analistas ouvidos pelo jornal The New York Times apontam que o estopim dos protestos é a ausência de perspectivas. “Os jovens querem prosperidade e esperança, mas não estão vendo isso acontecer”, afirmou o economista senegalês Ndongo Sylla ao jornal americano. Segundo o Banco Africano de Desenvolvimento, a maioria dos novos empregos no continente surge no setor informal, o que impede estabilidade e ascensão social.

A força demográfica amplia o impacto político desses movimentos. Com idade média de apenas 19 anos, a população africana é a mais jovem do planeta, e os novos eleitores começam a redefinir o mapa político. No ano passado, jovens eleitores em Botsuana ajudaram a derrotar o partido que governava desde a independência, e na África do Sul o Congresso Nacional Africano registrou sua pior votação desde o fim do apartheid.


Com o uso intenso das redes sociais, os manifestantes têm conseguido driblar as forças de segurança e convocar protestos relâmpago, sem líderes identificáveis. Essa estratégia, segundo especialistas, tornou o movimento mais difuso, porém mais resistente. A ausência de figuras centrais dificulta a repressão e impede que os governos desarticulem as manifestações com prisões pontuais.

No entanto, a repressão violenta mostra que os governos ainda não encontraram respostas. Centenas de jovens morreram ou ficaram feridos nas últimas semanas. Em Madagascar, mesmo após a queda do presidente, os manifestantes continuam exigindo reformas estruturais.


No Marrocos, o grupo conhecido como Gen Z 212 reivindica investimentos em educação e saúde, além de mais liberdade política.

A interconexão entre as lutas tem criado uma rede continental de solidariedade. Ativistas quenianos afirmam que acompanham com “olhos verdes de inveja” o sucesso das mobilizações em Madagascar e Nepal, onde governos caíram.

Os protestos da Geração Z africana, nascidos da desesperança, agora se tornam símbolo de uma geração que recusa o silêncio. Num continente em que o futuro sempre parece adiado, os jovens estão dizendo, nas ruas e nas redes, que a paciência acabou.

Perguntas e Respostas

 

Quais são os principais motivos dos protestos da Geração Z na África?

 

A Geração Z está protestando devido à falta de oportunidades econômicas, corrupção e promessas políticas não cumpridas. Os jovens expressam frustração com a situação econômica e a ausência de perspectivas de futuro.

 

Onde estão ocorrendo esses protestos?

 

Os protestos começaram no Quênia, se espalharam para Madagascar e agora estão ocorrendo no Marrocos.

 

Qual foi o impacto dos protestos em Madagascar?

 

Em Madagascar, a pressão das ruas resultou na derrubada do presidente Andry Rajoelina, que foi exigido a sair por não garantir serviços básicos como água e energia.

 

O que aconteceu durante os protestos no Marrocos?

 

No Marrocos, três pessoas morreram em confrontos durante protestos que criticavam os altos gastos com a Copa Africana de Nações e a preparação para o Mundial de 2030, enquanto escolas e hospitais permanecem em precariedade.

 

Quais foram os eventos que desencadearam os protestos no Quênia?

 

Os protestos no Quênia eclodiram em 2024 contra um projeto de lei fiscal do presidente William Ruto, que foi acusado de aumentar o custo de vida. Após mais de 60 mortes, Ruto retirou o projeto, mas a desconfiança em relação ao governo persiste.

 

Qual é a opinião dos analistas sobre os protestos?

 

Analistas afirmam que a ausência de perspectivas é o estopim dos protestos. O economista senegalês Ndongo Sylla destacou que os jovens buscam prosperidade e esperança, mas não estão vendo isso acontecer.

 

Como a demografia da África influencia esses movimentos?

 

A população africana é a mais jovem do mundo, com idade média de apenas 19 anos. Os novos eleitores estão redefinindo o mapa político, como demonstrado nas recentes eleições em Botsuana e na África do Sul.

 

Qual é a estratégia dos manifestantes para organizar os protestos?

 

Os manifestantes utilizam intensamente as redes sociais para convocar protestos relâmpago, sem líderes identificáveis, o que torna o movimento mais difuso e resistente à repressão.

 

Como os governos têm respondido aos protestos?

 

A repressão violenta tem sido a resposta dos governos, com centenas de jovens mortos ou feridos nas últimas semanas. Mesmo após a queda de líderes, os manifestantes continuam exigindo reformas estruturais.

 

Quais são as reivindicações do grupo Gen Z 212 no Marrocos?

 

O grupo Gen Z 212 no Marrocos reivindica investimentos em educação e saúde, além de mais liberdade política.

 

Como os protestos da Geração Z estão criando uma rede de solidariedade?

 

A interconexão entre as lutas tem gerado uma rede continental de solidariedade, com ativistas de diferentes países acompanhando e se inspirando nas mobilizações uns dos outros.

 

Qual é a mensagem que os jovens estão transmitindo com esses protestos?

 

Os protestos da Geração Z africana, nascidos da desesperança, simbolizam uma geração que se recusa ao silêncio e está dizendo que a paciência acabou, exigindo mudanças em um continente onde o futuro parece sempre adiado.

 

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.