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O que se sabe sobre os aviões e navios que os EUA estão enviando para o Oriente Médio?

Mobilização de aviões-tanque, caças e porta-aviões ocorre em meio ao conflito entre Israel e Irã, que chega ao 6º dia

Internacional|Do R7

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Helicóptero paira sobre o portã-aviões USS Carl Vinson durante operação no Oriente Médio, em 12 de abril de 2025 Divulgação/Marinha dos EUA

Os Estados Unidos estão enviando aviões-tanque, caças e porta-aviões para o Oriente Médio em meio ao conflito entre Israel e Irã, que trocam ataques aéreos desde a última sexta-feira (13).

O governo norte-americano apoia Israel, que começou o conflito após lançar um ataque-surpresa contra o Irã na madrugada de sexta, um dia depois de expirar o prazo estabelecido pelos EUA para que os iranianos aceitassem um acordo para suspender seu programa nuclear.


Israel diz que o ataque é uma medida preventiva às intenções do Irã de desenvolver armas nucleares. Teerã, por sua vez, nega a alegação há anos, afirmando que o programa nuclear do país possui somente fins pacíficos.

Os dois países trocam ataques aéreos desde então. O Irã diz que mais de 240 pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças. Já Israel afirma que os contra-ataques iranianos deixaram 24 mortos.


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Mobilização de aviões militares

Nos últimos dias, os EUA transferiram pelo menos 30 aviões-tanque militares, como os KC-135 e KC-46, de bases na América para a Europa, segundo dados de rastreamento de voos analisados pela rede britânica BBC e pelo site AirNav Systems.

Esses aviões, usados para reabastecer caças e bombardeiros em voo, fizeram escalas em bases norte-americanas em seis países europeus. Sete das aeronaves foram rastreadas, na terça-feira (17), voando ao leste da Sicília, o que sugere que elas podem estar se deslocando em direção ao Oriente Médio.


Além disso, caças F-16, F-22 e F-35, todos aeronaves de combate avançados, também foram deslocados para bases norte-americanas no Oriente Médio, disseram três autoridades de Defesa à agência de notícias Reuters.

Um alto funcionário da Defesa dos EUA disse à agência France-Presse (AFP) que as mobilizações foram feitas apenas para proteger as tropas norte-americanas posicionadas no Oriente Médio. A alegação foi reiterada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, em uma publicação feita no X na terça-feira (16).


Os EUA operam uma ampla rede de instalações militares no Oriente Médio há décadas. Segundo a rede Al Jazeera, o país mantém ao menos 19 bases, oito delas permanentes, na região.

Em outubro de 2024, os EUA disseram que havia entre 40 mil e 50 mil soldados norte-americanos posicionados nessas bases, localizadas em países como Bahrein, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Porta-aviões e bombardeiros

Imagem de satéite mostra danos causados por ataques israelenses a Natanz, maior centro de enriquecimento de urânio do Irã Divulgação/Marx

O porta-aviões USS Nimitz, com capacidade para 5.000 militares e mais de 60 aeronaves, incluindo caças, foi redirecionado do Mar da China Meridional para o Oriente Médio, segundo a Reuters e a AFP.

O navio, escoltado por contratorpedeiros com mísseis guiados, foi visto pela última vez no Estreito de Malaca, na Malásia, rumo a Singapura, na terça-feira. Um evento planejado com o Nimitz no Vietnã foi cancelado devido a um “requisito operacional emergencial”, informou a embaixada norte-americana em Hanói à Reuters.

Os EUA também posicionaram bombardeiros B-2, capazes de carregar as bombas Massive Ordnance Penetrator (GBU-57), conhecidas como “destruidoras de bunkers”, na ilha de Diego Garcia, a cerca de 3.800 km do Irã, no final de março, segundo a BBC.

Essas bombas, que pesam mais de 13 toneladas, são as únicas armas convencionais capazes de penetrar até 60 metros de concreto, ideais contra instalações nucleares subterrâneas, como Natanz e Fordo, no Irã.

Possível escalada do conflito

Embora não esteja claro se as movimentações norte-americanas estão diretamente ligadas ao conflito, analistas ouvidos pela BBC e pela Reuters consideram os deslocamentos “altamente sugestivos” de planos de contingência para operações de combate intensivas.

No sábado (14), o Irã disse que as bases militares e navios dos EUA, do Reino Unido e da França no Oriente Médio poderiam ser atingidos caso eles ajudassem a impedir os ataques de Teerã contra Israel.

O vice-presidente norte-americano JD Vance sugeriu em publicações feitas nas redes sociais na terça-feira que o presidente Donald Trump poderia tomar novas medidas para conter o programa nuclear iraniano.

Trump elogiou a ofensiva de Israel, mas vetou um plano israelense para matar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e advertiu Teerã sobre a ameaça de atingir alvos norte-americanos.

Na terça, o republicano disse em uma publicação na plataforma Truth Social que não planeja matar Khamenei, mas afirmou que os planos podem mudar de acordo com o desenrolar do conflito entre Israel e Irã.

“Nós sabemos exatamente onde o chamado ‘líder supremo’ está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá — nós não vamos tirá-lo de lá (matá-lo!), ao menos não por enquanto. Mas nós não queremos mísseis disparados em civis, ou soldados americanos. Nossa paciência está acabando", disse.

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