Obama diz ter provas de que armas químicas foram usadas na Síria
Presidente norte-americano declarou que não sabe quem usou o armamento
Internacional|Do R7, com agências internacionais

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira (30) que possui “evidências” de que armas químicas foram usadas na guerra civil da Síria.
Em entrevista coletiva na Casa Branca, o mandatário norte-americano afirmou que, embora tenha as provas, seu governo ainda não sabe quem usou o armamento, nem o local e a data dos supostos ataques químicos.
As declarações de Obama aumentam a tensão vivida na Síria, onde os confrontos entre as tropas do presidente Bashar al Assad e as forças rebeldes já deixaram mais de 70 mil mortos em dois anos de guerra.
Em um sinal de ameaças diretas a Damasco, Obama voltou a dizer que o uso de armas químicas alteraria a postura norte-americana no conflito, o que indica que os Estados Unidos poderiam entrar na guerra caso o ataque seja confirmado.
— Se de alguma maneira for possível estabelecer que não apenas os Estados Unidos, mas também a comunidade internacional estão certos de que o regime de Assad está utilizando armas químicas, então haverá uma mudança de política. (...) Por mudança de política entendo a necessidade de repensar a gama de opções que temos a disposição.
O governo de Bashar al Assad foi acusado de utilizar armas carregadas com agentes químicos contra alvos em áreas civis no âmbito de sua guerra contra os rebeldes armados. As suspeitas, no entanto, não foram confirmadas por inspetores internaconais.
Apesar disso, Obama mudou a posição do país em relação à semana passada, quando porta-vozes do governo disseram acreditar com "variados graus de confiança" que forças governamentais sírias teriam usado o gás nervoso sarin em pequena escala contra os rebeldes.
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As acusações sobre o uso ou não do gás venenoso levou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o chefe da equipe internacional de inspetores, Ake Sellstrom, a pedirem ontem que o governo da Síria conceda "acesso completo" para que os analistas possam determinar se foram usadas armas químicas durante o conflito.
O regime de Damasco pediu em março a Ban para que a ONU investigasse sua denúncia de uso de armas químicas por parte da oposição, enquanto o Reino Unido e a França solicitaram que se averiguasse o suposto uso deste tipo de substância por parte das forças leais a Bashar al Assad.
No entanto, o governo sírio bloqueou no início de abril a chegada do grupo de 15 inspetores por considerar que o mandato da missão proposto pelo secretário-geral permite aos analistas percorreram todo o país e não apenas o ponto que Damasco quer que seja investigado.
Guantánamo e Boston
Durante a coletiva de hoje, Obama também comentou outros dois assuntos que vêm tirando o sono de seu governo: o fechamento da prisão militar de Guantánamo e as investigações sobre o atentado a bomba em Boston.
Sobre a prisão localizada em Cuba, onde quase cem presos suspeitos de atividades terroristas realizam uma greve de fome, Obama prometeu renovar seus esforços para fechar a penitenciária.
O mandatário disse que não quer que nenhum prisioneiro morra e convocou o Congresso a ajudá-lo a encontrar uma saída legal no longo prazo ao problema de julgar combatentes inimigos.
— Não é uma surpresa para mim que tenhamos problemas em Guantánamo (...) Continuo acreditando que devemos fechar Guantánamo. É importante entender que Guantánamo não é necessário para a segurança dos Estados Unidos. Custa caro, é ineficaz.
Sobre Boston, Obama voltou a defender os investigadores responsáveis pelo inquérito do atentado, dizendo que as autoridades policiais, entre outras, parecem ter feito seu trabalho corretamente.
— Com base no que vi até agora, o FBI realizou suas funções, o Departamento de Segurança Interna fez o que deveria ter feito, mas é uma coisa difícil.
O presidente acrescentou que está pedindo a sua equipe de combate ao terrorismo para avaliar qual trabalho adicional pode ser feito para detectar a ameaça de pessoas que se tornem radicais por conta própria.
Autoridades russas também foram "muito cooperativas" com os investigadores norte-americanos, disse Obama, embora ainda existam ressalvas entre as agências de inteligência dos dois países.
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