Policial que matou George Floyd é condenado a mais de 20 anos de prisão em corte federal

Policial Derek Chauvin foi julgado por 'violação dos direitos civis', e defesa não poderá recorrer da sentença

07/07/2022 - 18h46 (Atualizado em 20/04/2024 - 05h34)

Uma corte federal dos Estados Unidos condenou nesta quinta-feira (7) o policial Derek Chauvin a mais de 20 anos de prisão por ter asfixiado com o joelho o afro-americano George Floyd em maio de 2020.

O ex-policial de 46 anos já tinha sido condenado a 22 anos e meio de prisão por um tribunal estadual de Minnesota, mas apelou da sentença. A pena federal por "violação dos direitos civis" do afro-americano é definitiva porque deriva da admissão de culpa.

"Realmente não sei por que ele fez o que fez", declarou o juiz da corte federal do distrito, Paul Magnuson, ao anunciar a sentença. "Mas colocar o joelho no pescoço de outra pessoa até ela morrer não é bom" e "merece uma punição substancial", afirmou.

Durante uma breve intervenção, Derek Chauvin desejou aos filhos de George Floyd que "triunfem na vida", mas não pediu perdão nem expressou remorso.

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A mãe do ex-policial, Carolyn Pawlenty, garantiu que o filho não é racista e que "todas as vidas importam, seja qual for a cor da pele", parafraseando o lema do movimento Black Lives Matter.

Philonise Floyd, irmão de George, pediu "a pena máxima" para Derek Chauvin e contou que, desde a tragédia, não consegue dormir.

Centenas de pessoas acompanharam, nesta terça-feira (9), o cortejo com o corpo de George Floyd para o cemitério onde ele foi enterrado, em Pearland, perto de Houston, no Texas (EUA)

Amigos, familiares e convidados foram à igreja Fountain Of Praise, para a última despedida a George Floyd. O velório particular acontece 15 dias depois que ele foi morto durante uma abordagem policial em Minneapolis

Após caso Floyd, Minneapolis decide acabar com departamento de polícia

A morte de Floyd deu início a uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial que tomou conta dos EUA e se espalhou para diversas dos últimos dias

A cerimônia desta terça-feira foi a terceira em homenagem a George Floyd desde a semana passada e foi reservada para cerca de 500 pessoas antes do enterro

Familiares e convidados da família compareceram vestidos de branco, em um pedido de paz

Um representante da família disse que o nome de George Floyd será incluído no Memorial da Diáspora Africana, em Gana

Usando uma máscara com o nome de Floyd, o ator Jamie Foxx, nascido e criado em Terrell, no Texas, foi um dos presentes no velório

Gianna, filha mais nova de George Floyd, compareceu ao velório junto com a mãe

Quincy, o filho mais velho, conversa com o reverendo Al Sharpton, líder da luta pelos direitos civis, antes do velório

Philonise Floyd, irmão de George, olha para o caixão em despedida

O prefeito de Houston, Sylvester Turner, foi um dos que discursaram no evento. Ele disse que irá assinar um decreto mudando diretrizes da polícia, proibindo o uso de chaves de pescoço, exigindo que os confrontos sejam evitados e que os policiais devam alertar antes de atirar

O ex-vice-presidente dos EUA e provável candidato à eleição presidencial, Joe Biden, mandou uma mensagem por vídeo, prestando condolências à família e dizendo que o país não pode "seguir em frente achando que pode dar as costas para o racismo"

Parentes de outras vítimas de brutalidade policial contra afro americanos, como Sybrina Fulton, mãe do adolescente Trayvon Martin e os pais de Eric Garner, Michael Brown e Ahmaud Arbery, também participaram da cerimônia

O velório e enterro de George Floyd, um cidadão americano negro que morreu depois que um policial branco se ajoelhou em seu pescoço por vários minutos, ocorreu na terça-feira (9), em Houston, no Texas, Estados Unidos. Centenas de pessoas acompanharam o cortejo com o corpo de George Floyd até o cemitério. Um dia depois, o irmão de Floyd, que estava com ele no momento da abordagem policial que resultou em sua morte, compareceu a uma audiência no Congresso Nacional dos EUA convocada para discutir a reforma das polícias no país. Philonise Floyd fez um emocionante discurso e questionou o valor das vidas negras: "Meu irmão não merecia morrer por uma nota de US$ 20. É este o valor de um homem negro?".

No caminho entre a igreja em Houston e o cemitério, na cidade vizinha de Pearland, moradores esperavam na calçada para acompanhar a passagem do cortejo

Policiais de Houston formaram uma linha de batedores diante do cortejo

A 1,6 quilômetro do cemitério Houston Memorial Garden, o cartão foi retirado do carro fúnebre e colocado em uma carruagem branca puxada por dois cavalos, para o último percurso até o sepultamento

Centenas de pessoas acompanharam o percurso da carruagem pelas ruas de Pearland

Centenas de pessoas acompanharam, nesta terça-feira (9), o cortejo com o corpo de George Floyd para o cemitério onde ele foi enterrado, em Pearland, perto de Houston, no Texas (EUA)