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Primeira votação do conclave será na tarde de terça-feira. Chaminé é instalada na Capela Sistina

Igreja Católica segue sem um líder desde a renúncia de Bento 16, em 28 de fevereiro

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Bombeiros instalam chaminé sobre a Capela Sistina, local do conclave secreto
Bombeiros instalam chaminé sobre a Capela Sistina, local do conclave secreto

A primeira votação do conclave que vai definir o novo líder da Igreja Católica vai ocorrer na tarde de terça-feira (12), informou neste sábado (9) o porta-voz vaticano, Federico Lombardi.

A votação inaugural do conclave será precedida por uma série de atividades no Vaticano, explicou Lombardi.

No início da manhã de terça-feira, os 115 cardeais com direito a voto se transferirão à residência de Santa Marta, onde se alojarão durante o conclave.

Em seguida, eles assistirão a uma missa na Basílica de São Pedro celebrada pelo cardeal decano, Angelo Sodano.


Às 15h45 (hora local, 11h45 em Brasília), os cardeais se transferirão ao Palácio Apostólico e, 15 minutos depois, começará a procissão que os levará à Capela Sistina, local das votações. A procissão durará cerca de uma hora.

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Uma vez dentro da Sistina, acontecerá o juramento dos cardeais, que depois se fecharão para dar início ao segundo conclave do terceiro milênio. A votação irá definir o sucessor de Bento 16, papa que deixou o caro em 28 de fevereiro. Desde então, a Igreja Católica seguem sem um líder máximo.

Segundo Lombardi, os cardeais devem realizar a primeira votação ainda na tarde de terça-feira. Nos dias seguintes serão realizadas quatro votações: duas votações pela manhã e duas à tarde.


Palco do conclave secreto, a Capela Sistina recebeu hoje a chaminé que será usada para anunciar a escolha do próximo papa. A instalação no Vaticano foi feita por bombeiros.

O fogareiro onde se queimarão os votos dos cardeais é parte da tradição do conclave e já havia sido instalado nesta semana. Neste sábado, o aparato foi finalizado com a chaminé, que soltará fumaça negra, a cada votação sem resultado, ou fumaça branca, quando o papa for escolhido.

Discutindo o Vaticano

Sem nenhum novo papa a quem se submeter e sem nenhum falecido papa para lamentar, os cardeais aproveitaram a rara oportunidade de discutir e criticar a administração do Vaticano e de pedir mais transparência.

Bento 16, de 85 anos, admitiu no mês passado que lhe faltavam forças e se tornou o segundo chefe da Igreja Católica Romana a renunciar por vontade própria em seus 2.000 anos de existência.

O ex-papa não participou do pré-conclave e está vivendo na residência de verão papal de Castelgandolfo, perto de Roma, onde permanecerá pelos próximos meses, antes de se mudar para um antigo convento dentro do Vaticano.

O que é um conclave?

O conclave que se reunirá no dia 12 de março no Vaticano é uma assembleia de cardeais regida por regras muito rígidas, durante a qual os cardeais se isolam do mundo exterior para evitar pressões até terem escolhido um novo papa.

A palavra "conclave" vem do latim, "cum clavis", e significa precisamente "fechado à chave".

Na próxima semana, 115 cardeais com menos de 80 anos dos 117 que compõem o corpo eleitoral (um indonésio e um britânico não participarão) se fecharão no recinto da cidade do Vaticano, declarado zona de Conclave.

Antes, todo o Colégio Cardinalício, incluindo os maiores de 80 anos, terão realizado as chamadas congregações ou assembleias para debater o estado da Igreja e definir o perfil do sucessor de Bento 16, após sua histórica renúncia no dia 28 de fevereiro.

O novo papa será eleito em uma das votações que serão realizadas na Capela Sistina.

Durante a duração do Conclave, os cardeais serão proibidos de utilizar qualquer tipo de comunicação com o exterior, sem telefone ou computadores. Não poderão enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais.

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O Vaticano ordenou inclusive uma limpeza eletrônica para detectar qualquer possível mecanismo transmissor ou receptor camuflado no âmbito da clausura e colocou um aparelho que restringe os sinais de rádio dentro da Capela Sistina e nas áreas próximas a ela.

"Habemus papam"

Para ser eleito papa, um cardeal precisará de uma maioria de dois terços, ou seja, 77 votos. O voto é secreto. Os cardeais não têm direito de se abster nem de votar em si mesmos.

Na Capela Sistina serão realizadas duas votações matutinas e duas vespertinas. Duas vezes ao dia, uma depois de cada rodada, os papéis são queimados. A cor da fumaça que sairá da chaminé anuncia ao mundo o resultado: preta, se ainda não houver uma decisão, e branca, se um novo papa tiver sido eleito.

Nos três últimos conclaves (dois em 1978 e outro em 2005), para desespero dos jornalistas, o sistema não funcionou corretamente e a fumaça que deveria ser branca apareceu como cinza. Na última destas ocasiões foi incorporada uma estufa auxiliar com o objetivo de queimar produtos químicos que tingissem claramente a fumaça da cor correta, embora tampouco tenha funcionado.

Quando o cardeal eleito papa for definido, um repique de sinos de São Pedro se somará ao anúncio do evento, e assim tudo será mais claro para a imprensa e para os milhares de católicos que seguirão o evento.

Se depois do terceiro dia nenhum candidato alcançar o mínimo exigido, a tradição estabelece uma pausa de 24 horas, que será dedicada "à oração, ao colóquio (...) e a uma breve exortação espiritual".

Se ocorrerem outras sete votações inúteis, será feita outra pausa de um dia.

O último ato do conclave é a pergunta que três cardeais fazem ao eleito: "Aceita sua eleição como Sumo Pontífice?". Após a resposta afirmativa, segue outra pergunta, "Como quer ser chamado?".

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Depois de ser parabenizado pelos cardeais, o sucessor do papa alemão, que poderá escolher livremente seu nome, se dirigirá a uma pequena sala contígua onde o esperam três hábitos papais (de tamanhos pequeno, médio e grande) para se vestir. Costuma ser chamada de "Sala das Lágrimas", já que parece que todos os eleitos, segundo diz o Vaticano, choram ali em relativa intimidade diante da magnitude da responsabilidade que acabam de assumir.

Em seguida, o novo papa vai à sacada da basílica de São Pedro depois que o protodiácono, neste caso o cardeal francês Jean Louis Tauran, anunciar aos fiéis: "Habemus papam!" para ser apresentado à multidão reunida na gigantesca praça de São Pedro no Vaticano.

Veja abaixo quanto tempo durou para escolher os papas dos últimos dois séculos:

Bento 16 (2005): 2 dias

João Paulo 2º (1978): 2 dias

João Paulo 1º (1978): 1 dia

Paulo 6º (1963): 3 dias

João 23 (1958): 3 dias

Pio 12 (1939): 1 dia

Pio 11 (1922): 4 dias

Bento 15 (1914): 3 dias

Pio 10 (1903): 4 dias

Leão 13 (1878): 1 dia e meio

Pio 9º (1846): Menos de dois dias

Gregório 16 (1831): 54 dias

Pio 8º (1829): Mais de um mês

Leão 12 (1823): 26 dias

Pio 7º (1799-1800): 3 meses e meio

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