Rei Juan Carlos I faz 2ª regularização fiscal na Espanha, diz jornal
Monarca emérito pagou mais de R$ 26 milhões por rendimentos não tributados e é alvo de três investigações no país
Internacional|Da EFE
O rei Juan Carlos I, pai do atual monarca de Espanha, Felipe VI, fez a segunda regularização fiscal por rendimentos não declarados, em que pagou mais de 4 milhões de euros (R$ 26,6 milhões) à Agência Tributária do país, segundo publicou nesta sexta-feira o jornal local El País.
Os rendimentos regularizados chegariam a mais de 8 milhões de euros (R$ 53,3 milhões) de pagamentos em espécie, sujeitos a tributação na Espanha, segundo a informação veiculada pelo jornal, que cita voos de uma companhia de aviões privados pagos até 2018 pela Fundação Zapatka, cujo líder é o primo do rei Juan Carlos Álvaro de Orleans.
Esta foi a segunda declaração voluntária apresentada pela defesa do anterior chefe de Estado espanhol, que manteve o título de rei emérito, depois da que foi entregue em dezembro do ano passado, para quitar uma dívida com a Fazenda por um montante de 678.393 euros (R$ 4,5 milhões), referentes a juros e outros encargos.
No entanto, não foi divulgado os exercícios correspondentes, em os tipos de impostos a que se referiam o valor.
A declaração voluntária evita o enquadramento de crime fiscal, segundo a legislação espanhola.
Fontes da Casa Real informaram à Agência Efe que não irão fazer nenhum comentário sobre o caso e que toda manifestação ficará a cargo do advogado de Juan Carlos I, Javier Sánchez-Junco.
Três investigações
O rei emérito tem três investigações abertas contra ele na Espanha, uma relacionada a suposta lavagem de dinheiro, outra por uma conta aberta na Suíça atribuída a ele e a possível cobrança de propina por obras de um trem de alta velocidade na Arábia Saudita, e a última por uso de cartões ocultos que estavam em nome de terceiros.
Juan Carlos I, de 83 anos, está desde agosto do ano passado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, para onde se mudou em meio a repercussão pública de "certos acontecimentos passados", como alegou, e para facilitar o reinado do filho Felipe VI.