Relembre as mortes misteriosas de aliados e inimigos de Putin
Falecimento de propagandista russo é o episódio mais recente de uma série de mortes em circunstâncias suspeitas
Internacional|Do R7
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Kirill Vyshinsky, diretor executivo da mídia estatal Russia Today e aliado do presidente Vladimir Putin, morreu neste domingo (24), em Moscou, aos 58 anos. A imprensa russa informou que ele enfrentava uma “doença prolongada e grave”.
Em 2018, ainda como cidadão ucraniano, Vyshinsky foi preso em Kiev sob suspeita de traição, acusado de atuar como propagandista pró-Rússia. Passou cerca de um ano detido até ser transferido para Moscou em uma troca de prisioneiros, no ano seguinte.
Ele chefiou a agência de notícias RIA Novosti a partir de 2014, período em que recebeu as medalhas “Pelo Retorno da Crimeia” e “Ordem pelo Mérito da Pátria”. Dois anos depois, tornou-se cidadão russo. Em 2022, declarou apoio aberto à invasão da Ucrânia, repetindo o discurso oficial do Kremlin de que o objetivo era a “desmilitarização e desnazificação” do país.
A morte de Vyshinsky se soma à lista de aliados e opositores de Putin que perderam a vida em circunstâncias cercadas de mistério nos últimos anos.
Alexei Navalny
O opositor Alexei Navalny morreu em fevereiro de 2024 em uma prisão no Ártico aos 47 anos. O governo russo afirmou que ele sofreu de causas naturais após passar mal durante uma caminhada.
Navalny ganhou projeção internacional ao denunciar corrupção no governo Putin e liderar protestos em 2010. Foi impedido de concorrer à presidência do país e sobreviveu a pelo menos duas tentativas de envenenamento, uma delas em 2020, quando substâncias químicas foram encontradas em sua roupa íntima.
Após a morte, a família acusou o Kremlin de assassinato. A União Europeia e os Estados Unidos responsabilizaram a Rússia pela morte de Navalny. Moscou negou tais alegações.
Ievgeni Prigozhin
O chefe do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, morreu em 23 de agosto de 2023 após a queda do avião de pequeno porte em que estava ao norte de Moscou. Ele liderava o grupo mercenário que apoiou avanços das forças russas na guerra da Ucrânia, mas promoveu um motim contra o governo que foi interrompido na reta final.
Depois do levante, Prigozhin passou dois meses desaparecido, aparecendo apenas em vídeos esporádicos. Nas redes sociais, circularam imagens de um avião em queda livre que pegou fogo. Putin negou que o avião tivesse sido derrubado e afirmou que restos de granada foram encontrados dentro da aeronave, sugerindo explosão acidental.
Ravil Maganov
Em setembro de 2022, Ravil Maganov, presidente da petrolífera Lukoil, caiu do sexto andar de um hospital em Moscou. A agência estatal Tass afirmou que o executivo, de 67 anos, estava internado após um ataque cardíaco e teria cometido suicídio. Pessoas próximas contestaram essa versão.
A Lukoil havia adotado uma posição incomum entre grandes empresas russas ao criticar a guerra na Ucrânia. “Expressamos nossa sincera empatia a todas as pessoas afetadas por essa tragédia”, dizia a nota divulgada pelo conselho administrativo liderado por Maganov logo no início do conflito.
A postura crítica da empresa e o histórico de mortes suspeitas de magnatas russos alimentaram dúvidas sobre o caso.
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Boris Nemtsov
Em 2015, o político de oposição Boris Nemtsov foi assassinado com quatro tiros nas costas por um atirador desconhecido. Ele foi uma das principais figuras políticas da década de 1990 e chegou a ser visto como possível candidato à presidência.
A partir de 2000, Nemtsov foi um crítico declarado do governo de Putin como um regime cada vez mais autoritário e antidemocrático, destacando a especulação e os desvios de recursos antes dos Jogos Olímpicos de Sochi, além da interferência política e o envolvimento militar da Rússia na Ucrânia.
Inicialmente apoiou Putin, que sucedeu Boris Yeltsin, mas se tornou crítico do Kremlin e passou a liderar protestos contra os resultados eleitorais. Horas antes de morrer, Nemtsov havia convocado marchas contra a presença militar da Rússia na Ucrânia.
Paralelamente aos protestos, Nemtsov preparava um relatório sobre a participação de tropas russas na luta dos rebeldes pró-russos, no leste da Ucrânia, o que o Kremlin vinha negando. Nas semanas anteriores à sua morte, o político havia expressado o temor de que Putin o mandasse matar.
Boris Berezovski
Em 2013, o magnata Boris Berezovski foi encontrado morto no banheiro de sua casa no Reino Unido, onde vivia em autoexílio após desentendimentos com Putin. Ele tinha uma corda no pescoço, o que indicava suicídio, mas os legistas não conseguiram determinar a causa exata da morte.
Alexander Litvinenko
Alexander Litvinenko, ex-agente da KGB, morreu em 2006 em Londres após ser envenenado. Segundo investigação britânica, os agentes russos Andrei Lugovoi e Dmitri Kovtun foram os responsáveis, possivelmente com autorização de Putin.
Litvinenko havia se tornado crítico do governo e acusava os serviços de segurança de estarem por trás dos atentados a prédios residenciais que mataram centenas de pessoas em 1999. Também denunciava que Putin teria ordenado o assassinato da jornalista Anna Politkovskaya.
O ex-agente morreu envenenado por polônio-210, um material radioativo encontrado apenas em instalações nucleares. O elemento teria sido colocado em uma xícara de chá em um hotel londrino.
Em 2021, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerou a Rússia responsável e determinou o pagamento de indenização.
Anna Politkovskaya
A jornalista Anna Politkovskaya, autora do livro “A Rússia de Putin”, foi morta a tiros no elevador de seu prédio em Moscou em outubro de 2006. Cinco homens foram condenados pelo crime, mas o juiz concluiu que houve encomenda. Putin negou qualquer envolvimento do Kremlin.
Sergei Iushenkov
O ex-coronel Sergei Iushenkov foi assassinado em abril de 2003 em Moscou. Ele investigava os atentados da década de 1990 e reunia evidências de que o governo poderia estar por trás das explosões. Foi baleado em frente à sua casa.
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