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Secretário-geral da ONU diz que fim da guerra na Ucrânia 'está longe' após falar com Putin

António Guterres revela que seria 'ingênuo' achar que acordo de paz entre os países está próximo de ser assinado

Internacional|Do R7

Vladimir Putin conversa com o secretário-geral da ONU, António Guterres
Vladimir Putin conversa com o secretário-geral da ONU, António Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta quarta-feira (14) que a possibilidade de um acordo de paz na Ucrânia continua muito distante após uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

"Seria ingênuo pensar que estamos próximos da possibilidade de um acordo de paz", declarou Guterres em uma entrevista coletiva em que ressaltou que as Nações Unidas continuarão a buscar esse objetivo, mas que vê as chances como "mínimas" neste momento.

O chefe da ONU discutiu nesta quarta a situação na Ucrânia com Putin, e, conforme explicou, os dois falaram sobre as possibilidades de estender o acordo sobre a exportação de grãos através do mar Negro, formas de facilitar a venda de fertilizantes russos e a questão da usina nuclear de Zaporizhzhia.

Eles também debateram a situação dos prisioneiros de guerra e a missão de investigação que as Nações Unidas planejam enviar para analisar o ataque a uma prisão na autoproclamada República Popular de Donetsk, onde 50 prisioneiros ucranianos foram mortos. Moscou e Kiev não assumem a autoria do ataque e culpam o outro lado pelas mortes.


De acordo com Guterres, a Rússia se comprometeu a não pôr nenhum obstáculo no caminho dos investigadores da ONU e permitirá que eles realizem o trabalho da maneira que desejarem.

Questionado sobre as chances de que o recente avanço das tropas ucranianas possa trazer um fim à guerra, Guterres disse que "ainda estamos longe da paz".


"Eu estaria mentindo se dissesse que estava confiante em que isso acontecerá em breve", ressaltou.

Guterres lembrou que a guerra na Ucrânia "está devastando um país e atrasando a economia global", com grandes consequências, especialmente para os países pobres.


O conflito é a principal questão a ser discutida pelos líderes internacionais na próxima semana quando se reunirem em Nova York na Assembleia-Geral da ONU.

"O debate geral deste ano deve dar esperança e superar as divisões que estão impactando o mundo de uma forma dramática", enfatizou Guterres.

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