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Sobe para 90 o número de mortos após jejum extremo de seita no Quênia

Balanço, que inclui crianças, é provisório; investigadores estão na floresta de Shakahola em busca de valas comuns com mais corpos

Internacional|Do R7

Mais 16 corpos foram encontrados na floresta de Shakahola
Mais 16 corpos foram encontrados na floresta de Shakahola Mais 16 corpos foram encontrados na floresta de Shakahola

O número de vítimas continua a aumentar na floresta de Shakahola, no leste do Quênia, onde foram encontrados nesta terça-feira (25) mais 17 corpos de membros de uma seita que promovia o jejum extremo, o que eleva o total a 90 mortos.

O balanço, que inclui crianças, é provisório. Os investigadores trabalham em uma floresta de 325 hectares, que fica perto da cidade costeira de Malindi, em busca de valas comuns.

A terrível descoberta provocou uma onda de indignação no Quênia, e o presidente do país, William Ruto, prometeu medidas contundentes contra aqueles que "utilizam a religião para promover seus atos atrozes".

Durante uma visita ao local de buscas, o ministro do Interior, Kithure Kindiki, advertiu que o número de vítimas pode aumentar. "Não sabemos quantas valas comuns, quantos corpos encontraremos", disse.

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Ele acrescentou que 34 pessoas foram encontradas vivas na floresta. Kindiki citou a possibilidade de indiciar por "terrorismo" Paul Mackenzie Nthenge, o líder da seita que promovia o jejum "até a morte" entre os seguidores. 

Necrotério lotado

Pelo menos 90 pessoas morreram após terem praticado jejum extremo
Pelo menos 90 pessoas morreram após terem praticado jejum extremo Pelo menos 90 pessoas morreram após terem praticado jejum extremo

"A maioria dos corpos exumados é de crianças", afirmou à AFP um legista que pediu anonimato. A fonte disse ainda que foram encontradas valas com até seis pessoas.

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Diante da chegada em larga escala de corpos, o necrotério do hospital local está lotado, disse à AFP Said Ali, diretor do estabelecimento. Ele informou que os funcionários pediram à Cruz Vermelha que envie contêineres refrigerados.

As equipes continuam procurando sobreviventes, em uma luta contra o tempo.

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"A cada dia que passa, há um risco muito grande de que outras pessoas morram", disse Hussein Khalid, diretor-executivo da ONG Haki África, que alertou a polícia sobre as ações do líder do grupo.

"O horror que vimos nos últimos quatro dias é traumático. Nada prepara você para ver covas rasas com crianças dentro", acrescentou.

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De acordo com a Cruz Vermelha queniana, 212 pessoas foram registradas como desaparecidas.

Muitos quenianos acusam as autoridades policiais e judiciárias de não terem atuado antes. Paul Mackenzie Nthenge já havia sido detido em duas ocasiões, a última delas em março deste ano, após um caso em que duas crianças morreram de fome.

O líder da seita, no entanto, foi liberado depois de pagar uma fiança de 100 mil xelins quenianos (R$ 3.728). 

Nthenge se entregou à polícia em 14 de abril e comparecerá a uma audiência com um juiz no dia 2 de maio.

A tragédia reacendeu um debate sobre o controle do culto religioso no Quênia. Para o ministro do Interior, este massacre deve conduzir "não apenas a uma punição mais severa para o autor ou os autores de atrocidades [...], mas também a uma regulamentação mais rigorosa de cada igreja, mesquita, templo ou sinagoga no futuro".

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