O cantor tailandês Ruangsak Loychusak, de 47 anos, afirmou na quinta-feira (12) que se sentou no assento 11A durante o acidente aéreo que quase tirou sua vida em 1998. Essa é a mesma poltrona em que estava o britânico Vishwash Kumar Ramesh, único sobrevivente da queda do voo AI171 da Air India, ocorrida em Ahmedabad, na Índia, na última quinta-feira.Loychusak estava a bordo do voo TG261 da Thai Airways, que caiu em um pântano ao tentar pousar em Surat Thani, na Tailândia, matando 101 das 146 pessoas a bordo. Ao ver as notícias sobre o recente desastre com o Boeing 787 Dreamliner, que deixou 243 mortos, o artista disse ter sentido arrepios ao descobrir a coincidência com a poltrona. “Tive calafrios ao saber que o único sobrevivente também estava na 11A”, comentou.Desde o acidente, o cantor relata ter vivido o que chama de “segunda vida”, marcada por traumas duradouros. Por uma década, evitou voar e, quando precisava, sentia dificuldades para respirar e recusava-se a conversar com outros passageiros. “Se via nuvens escuras, era como reviver o inferno”, afirmou.A lembrança de Loychusak reacendeu a atenção sobre coincidências trágicas e o impacto duradouro dos sobreviventes. “Até hoje, ainda me lembro do som, do cheiro, até do gosto da água do pântano onde caímos. Guardei isso para mim por muito tempo”, relatou o cantor.O sobrevivente do acidente da Air India, Vishwash Kumar Ramesh, de 40 anos, contou que foi lançado para fora da aeronave pouco antes da explosão. A aeronave se chocou contra prédios instantes após a decolagem, e ele foi encontrado com ferimentos por todo o corpo, mas consciente. Seu irmão, que também estava a bordo, está entre os mortos.Em entrevista à emissora estatal Doordarshan, Ramesh relatou que, momentos após a decolagem, o avião “parecia travado no ar”. Ele percebeu que o jato perdeu sustentação, desceu em alta velocidade e colidiu com um edifício, momento em que a porta de emergência próxima ao seu assento se soltou. Foi por ali que conseguiu escapar.Após o impacto, Ramesh descreveu cenas de terror. “Acordei com corpos ao meu redor. Corri, mesmo machucado. Alguém me puxou e me colocou em uma ambulância”, contou. Ele sofreu queimaduras e escoriações, mas está fora de risco, segundo os médicos.