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Tensão entre EUA e Venezuela esbarra em cartel de drogas e movimentação militar; entenda

Risco de confronto direto não é consenso entre analistas; Washington e Caracas trocam acusações e mobilizam forças no Caribe

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Tensões aumentam entre EUA e Venezuela com envio de navios de guerra americanos ao Caribe.
  • EUA acusam Nicolás Maduro de liderar cartel de drogas e classificam o Cartel de los Soles como organização terrorista.
  • Maduro rejeita as denúncias e mobiliza 4,5 milhões de milicianos em resposta às ameaças militares.
  • Especialistas avaliam que ações militares diretas são improváveis, sugerindo operações cirúrgicas contra o narcotráfico.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Nicolás Maduro disse que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela” Marcelo Camargo/Agência Brasil

As tensões entre Estados Unidos e Venezuela atingiram um novo patamar com o envio de navios de guerra norte-americanos ao Caribe e a mobilização de milicianos venezuelanos em território nacional. Enquanto Washington acusa Nicolás Maduro de liderar um cartel de drogas internacional, Caracas denuncia uma ameaça militar e promete reagir caso sofra ataques.

No final de julho, os EUA classificaram o chamado Cartel de los Soles como organização terrorista internacional, alegando que o grupo, vinculado a altos escalões políticos e militares da Venezuela, opera desde o fim dos anos 1990 para enviar drogas aos EUA.


Pouco depois, o governo Trump reiterou que Maduro é o líder do cartel e dobrou a recompensa para US$ 50 milhões por informações que levassem à prisão do líder.

Em resposta, Maduro rejeitou as acusações, chamou as denúncias de “mentiras” e disse que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela”. O presidente afirmou que, em caso de agressão, “declararia constitucionalmente a república em armas” e comparou a situação à crise dos mísseis de Cuba, em 1962.


A escalada incluiu movimentações militares significativas no Caribe. Os EUA enviaram quatro mil soldados, três destróieres equipados com mísseis guiados, um submarino nuclear e aeronaves de reconhecimento. Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, a operação tem como objetivo conter o tráfico de drogas supostamente operado e financiado por Caracas.

Um oficial americano de defesa declarou à CNN que, por enquanto, o aumento de tropas funciona como demonstração de força, mas também abre margem para ações militares, caso autorizadas.


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Do lado venezuelano, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos e iniciou registros em diferentes cidades do país. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, confirmou o envio de navios às águas territoriais e o deslocamento de 15 mil militares para os estados fronteiriços de Táchira e Zulia.

Apesar da retórica, especialistas avaliam que uma invasão direta é improvável. José Antonio Hernández Macías, doutor em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), explicou à CNN americana que o custo político e humanitário seria alto e poderia envolver potências como a China.


Segundo ele, o mais provável seria o uso de “ações mais direcionadas, como ataques de drones, para desmantelar operações ligadas ao narcotráfico”.

Na mesma linha, o pesquisador José Briceño Ruiz, também da UNAM, disse que a mobilização americana pode resultar em “atividade cirúrgica” contra alvos específicos. “Pode ser para destruir a infraestrutura do chamado Cartel de los Soles ou atingir líderes do governo venezuelano que têm mandado de prisão nos Estados Unidos”, afirmou.

Além de Maduro, Washington acusa Diosdado Cabello, atual ministro do Interior e Justiça, e Vladimir Padrino, ministro da Defesa, de envolvimento no tráfico de drogas. Os EUA oferecem US$ 25 milhões pela captura de Cabello e US$ 15 milhões por Padrino.

Para analistas, a operação militar americana pode servir também como instrumento de pressão política. “Vejo isso como uma forma de chamar atenção e limitar a atuação de grupos de tráfico ilegal de drogas”, disse Briceño Ruiz.

O risco de confronto, no entanto, preocupa. O analista Gabriel Pastor, do Centro de Estudos da Realidade Econômica e Social (CERES), lembrou em artigo que, embora improvável, uma invasão não pode ser descartada diante da política externa de Donald Trump. “Se ocorrer, seria o Noriega do século XXI”, disse, em referência à operação militar que derrubou o ditador panamenho em 1989.

Por ora, o cenário mais provável é a manutenção da pressão norte-americana combinada com a resposta defensiva de Caracas.

Perguntas e Respostas

 

Qual é a situação atual entre os EUA e a Venezuela?

 

As tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela aumentaram com o envio de navios de guerra norte-americanos ao Caribe e a mobilização de milicianos venezuelanos. Os EUA acusam Nicolás Maduro de liderar um cartel de drogas, enquanto Caracas denuncia uma ameaça militar e promete reagir a possíveis ataques.

 

O que é o Cartel de los Soles?

 

O Cartel de los Soles foi classificado pelos EUA como uma organização terrorista internacional, alegando que opera desde o fim dos anos 1990 para enviar drogas aos EUA, vinculado a altos escalões políticos e militares da Venezuela.

 

Qual foi a resposta de Maduro às acusações?

 

Maduro rejeitou as acusações, chamando-as de "mentiras" e afirmando que "nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela". Ele declarou que, em caso de agressão, "declararia constitucionalmente a república em armas".

 

Quais foram as movimentações militares dos EUA?

 

Os EUA enviaram quatro mil soldados, três destróieres equipados com mísseis guiados, um submarino nuclear e aeronaves de reconhecimento ao Caribe. O objetivo declarado é conter o tráfico de drogas supostamente operado e financiado por Caracas.

 

Como a Venezuela está se preparando para essa situação?

 

Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos e iniciou registros em várias cidades. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, confirmou o envio de navios às águas territoriais e o deslocamento de 15 mil militares para os estados fronteiriços de Táchira e Zulia.

 

Quais são as perspectivas de um conflito direto?

 

Especialistas consideram improvável uma invasão direta, citando altos custos políticos e humanitários. Ações mais direcionadas, como ataques de drones, são vistas como mais prováveis para desmantelar operações ligadas ao narcotráfico.

 

Quem mais está sendo acusado pelos EUA?

 

Além de Maduro, os EUA acusam Diosdado Cabello, atual ministro do Interior e Justiça, e Vladimir Padrino, ministro da Defesa, de envolvimento no tráfico de drogas, oferecendo recompensas pela captura deles.

 

Qual é a análise sobre a operação militar americana?

 

Analistas acreditam que a operação militar americana pode servir como instrumento de pressão política, visando limitar a atuação de grupos de tráfico ilegal de drogas, embora o risco de confronto permaneça uma preocupação.

 

Qual é o cenário mais provável para o futuro?

 

O cenário mais provável é a manutenção da pressão norte-americana combinada com a resposta defensiva de Caracas.

 

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