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Trump é indiciado em investigação sobre documentos confidenciais

FBI encontrou 11 mil papeis que não deveriam ter sido retirados da Casa Branca na residencial do ex-presidente na Flórida

Internacional|Do R7

Donald Trump afirmou, na quinta-feira (8), que foi indiciado na investigação federal sobre sua gestão de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca. É a ameaça legal mais séria contra o ex-presidente dos Estados Unidos em meio a uma tempestade de investigações criminais enquanto ele tenta voltar ao cargo.

"O corrupto Governo Biden informou meus advogados que fui indiciado, aparentemente devido à Farsa das Caixas", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social, ao revelar a notícia histórica - a primeira vez no país que um chefe do Executivo, atual ou anterior, enfrenta acusações federais.

Não houve confirmação imediata por parte do Departamento de Justiça.

Seu advogado, Jim Trusty, disse à CNN que seu cliente tem sete acusações, incluindo retenção deliberada de documentos, o que viola a Lei de Espionagem, assim como falso testemunho, obstrução da justiça e uma acusação por conspiração.


Ex-presidente Donald Trump foi indiciado na investigação sobre documentos sigilosos da Casa Branca
Ex-presidente Donald Trump foi indiciado na investigação sobre documentos sigilosos da Casa Branca

No entanto, os detalhes precisos das acusações não foram revelados. Pessoas familiarizadas com o caso disseram ao The New York Times que a acusação de conspiração estava relacionada à de obstrução da justiça.

Em sua publicação, Trump, que concorre novamente à presidência, disse que foi convocado a comparecer a um tribunal federal na próxima terça-feira em Miami.


"Nunca achei possível que algo assim pudesse acontecer a um ex-presidente dos Estados Unidos", escreveu.

Trump já era o primeiro ex-presidente ou presidente dos EUA a ser formalmente acusado de um crime: em março, Trump foi indiciado no caso dos pagamentos, na véspera das eleições, pelo silêncio de uma estrela pornô que afirmou ter tido um caso com ele.


Em um comunicado após suas postagens iniciais, a campanha de Trump criticou o que chamou de "abuso de poder sem precedentes" e pediu que o indiciamento fosse descartado.

'Dia sombrio'

FBI encontrou 11 mil documentos do governo americano na casa de Trump na Flórida
FBI encontrou 11 mil documentos do governo americano na casa de Trump na Flórida

O promotor especial Jack Smith, nomeado pelo procurador-geral Merrick Garland, tem investigado um conjunto de documentos confidenciais que Trump havia armazenado em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, depois do fim de seu mandato.

Uma lei de 1978 exige que os presidentes dos EUA transmitam todos os seus e-mails, cartas e outros documentos de trabalho aos Arquivos Nacionais.

No ano passado, Trump entregou 15 caixas com cerca de 200 documentos classificados. No entanto, a Polícia Federal considerou que o ex-presidente não entregou tudo o que tinha. Em agosto de 2022, o FBI encontrou cerca de 11 mil documentos após realizar uma operação de busca na casa de Trump.

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Questionado pela AFP na noite de quinta-feira sobre as acusações, o porta-voz de Smith, Peter Carr, disse: "Nós nos recusamos a fazer comentários".

Em um vídeo divulgado após a acusação contra ele, Trump reiterou sua inocência e destacou a acusação como uma forma de interferência eleitoral de um Departamento de Justiça usado "como arma" pelo governo de Joe Biden.

"Eles estão vindo atrás de mim porque agora lideramos as pesquisas com uma ampla margem contra Biden", diz Trump no vídeo. "Nosso país está indo para o inferno e eles estão vindo atrás de Donald Trump... Não podemos deixar isso continuar", acrescentou.

Jim Jordan, um congressista aliado e presidente do Comitê Judiciário da Câmara de Representantes, disse que foi "um dia triste para os Estados Unidos", lamentou.

"Hoje é de fato um dia sombrio para os Estados Unidos. É inconcebível para um presidente impugnar o principal candidato que se opõe a ele", disse também o chefe republicano da Câmara de Representantes, Kevin McCarthy.

"Eu, e todo americano que acredita no Estado de Direito, apoiamos o presidente Trump", acrescentou.

Mais problemas jurídicos

Alguns legisladores democratas se manifestaram após a revelação extraordinária.

A acusação contra Trump "é outra afirmação do Estado de Direito", disse Adam Schiff, representante da Câmara Baixa.

"Durante quatro anos ele agiu como se estivesse acima da lei", acrescentou Schiff. "Mas ele deveria ser tratado como qualquer outro infrator. E hoje ele foi".

Os investigadores registraram tentativas de obstruir seus esforços para recuperar os documentos e obter o vídeo de uma câmera de segurança da residência de Trump em Mar-a-Lago, onde ele guardava os arquivos.

"Não sei nada sobre isso. Tudo o que sei é o seguinte: tudo o que fiz foi certo", disse o ex-presidente em 1º de junho em um evento organizado pela Fox News.

No entanto, Trump admitiu abertamente que pegou e guardou os documentos. Seus advogados o aconselharam a dizer que ele pegou esses arquivos sem perceber, em meio a uma saída caótica da Casa Branca.

Smith também investiga o papel de Trump no ataque de 2021 ao Capitólio por uma multidão de apoiadores do magnata. Além disso, os promotores do estado da Geórgia estão tentando determinar se ele tentou anular ilegalmente os resultados locais da eleição presidencial de 2020.

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