Ucrânia diz que reconquistou 88 localidades ao sul que estavam sob domínio da Rússia
Ofensivas dos dois lados foram intensificadas nas áreas que foram anexadas por Moscou; civis estão sendo retirados da região
Internacional|Do R7, com agência internacionais
A Ucrânia disse, nesta sexta-feira (21), que recuperou 88 localidades em Kherson, no sul do país, uma das quatro regiões que foram anexadas pela Rússia no início deste mês.
"Região de Kherson: 88 localidades recuperadas", disse Kirilo Timoshenko, um assessor da Presidência ucraniana, no Telegram.
As autoridades russas locais prometeram transformar Kherson, a principal cidade da região, em uma "fortaleza". "A cidade de Kherson, como uma fortaleza, está preparando sua defesa", afirmou o dirigente pró-Rússia Kirill Stremousov no Telegram.
A administração de ocupação russa trabalha para retirar milhares de civis devido às ofensivas ucranianas das últimas semanas. Ontem, cerca de 15 mil civis teriam deixado a região.
Nesta sexta-feira (21), a Ucrânia foi acusada de promover ataques contra operações de retirada de pessoas que estavam em Kherson.
As forças ucranianas teriam bombardeado a ponte Antonivskiy e deixado quatro mortos. Kiev nega a responsabilidade pela ofensiva.
Segundo os russos, um jornalista morreu e dez ficaram feridos, também nesta sexta, em outro suposto bombardeio ucraniano contra uma ponte nas proximidades de Kherson.
"Entre os jornalistas, há dez feridos e um morto", declarou à rede estatal russa Rossiya-24, Alexander Malkevich, diretor-adjunto da Comissão de Desenvolvimento de Informação.
Apelo ao Ocidente
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pediu, nesta sexta, ao Ocidente que alerte a Rússia para não explodir a barragem de Nova Kakhovka, um enorme reservatório que inundaria uma faixa do sul da Ucrânia se for destruída.
Segundo Zelenski, as forças russas plantaram explosivos no local e planejam explodi-la para cobrir sua retirada.
"Agora todos no mundo precisam agir com força e rapidez para evitar um novo ataque terrorista russo. Destruir a barragem significaria um desastre em grande escala", afirmou em um discurso na televisão.
Danos à barragem também destruiriam o sistema de canais que irriga o sul do território ucrâniano, incluindo a Crimeia, que Moscou anexou em 2014.
Crianças mortas
O escritório do procurador-geral da Ucrânia informou que ao menos 429 crianças morreram no país desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
De acordo com a informação divulgada, as mortes ocorreram por consequência de diferentes ataques em todo o país, especialmente nas regiões do leste.
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Ao todo, 817 menores sofreram lesões de diferentes graus e precisaram de auxílio médico.
A procuradoria informa que o número não é considerado definitivo, já que seguem os trabalhos para estabelecer as vítimas entre crianças onde as hostilidades estão ativas e nos territórios ocupados pelos russos ou nos que foram recentemente libertados pela Ucrânia.
Canais de comunicação
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, pediu a seu colega russo, Sergei Shoigu, que mantenha "canais de comunicação" abertos sobre a guerra na Ucrânia, disse um porta-voz.
"O secretário Austin enfatizou a importância de manter canais de comunicação em meio à guerra em curso contra a Ucrânia", disse o general de brigada Pat Ryder em comunicado após o telefonema entre Austin e Shoigu.