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Ucrânia teme nova ofensiva após reagrupamento de tropas russas

Nas últimas 24 horas houve mais de 30 bombardeios de tropas russas contra conjuntos habitacionais em Kiev

Internacional|Da EFE

Cidade bombardeada
Cidade bombardeada Cidade bombardeada

As forças ucranianas controlam a situação na capital e na região de Kiev, mas acreditam que a Rússia tentará quebrar a resistência novamente após se reagrupar em território belarusso, enquanto continua sua ofensiva no sul e no leste da Ucrânia, especialmente no Donbass.

"Várias unidades foram designadas para a área de Chernobyl — na região de Kiev — para posterior realocação para Belarus, com o objetivo de restaurar a capacidade de combate", disse o Comando Geral das Forças Armadas da Ucrânia neste domingo (27).

"É possível que após a implementação dessas medidas, com o reagrupamento e fortalecimento das forças, os ocupantes retomem as ações de bloqueio de Kiev na direção sudoeste", acrescentou.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), com sede nos Estados Unidos, concorda com essa avaliação.

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"O Exército russo continua concentrando substituições e reforços em Belarus e na Rússia ao norte de Kiev, para lutar por posições nos arredores da capital e tentar completar o cerco e a captura de Chernigov", afirmou o instituto.

Em sua última análise, o ISW ressaltou que "as atividades russas em torno de Kiev não mostram nenhuma mudança na priorização do alto comando russo dos combates em torno da capital ucraniana, que continua ocupando a maior concentração de forças terrestres russas na Ucrânia".

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Na região de Kiev, nas últimas 24 horas houve mais de 30 bombardeios de tropas russas contra conjuntos habitacionais e infraestrutura social, segundo a Administração Regional Militar.

Desde o início da ofensiva militar russa, foram registrados danos em 34 das 69 comunidades da região. Mais de 500 alvos foram destruídos.

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Chernigov, por sua vez, ameaça tornar-se uma segunda Mariupol, cidade-símbolo da resistência ucraniana, mas também da tragédia humana devido ao prolongado cerco que vem sofrendo.

"Devido à destruição da infraestrutura crítica e às hostilidades ativas na cidade de Chernigov, não há eletricidade, aquecimento e abastecimento de água. O gás funciona apenas parcialmente", relatou o chefe da Administração Regional Militar, Vyacheslav Chaus.

Por sua parte, o prefeito da cidade, Vladyslav Atroshenko, disse no dia anterior que "a cidade está em pedaços".

Ofensiva final no Donbass?

Apesar do anúncio da Rússia na sexta-feira passada de que se concentraria na libertação do Donbass, o ISW ainda não vê sinais de que esse seja o caso.

"Os russos não pretendem redistribuir forças de Kiev ou de qualquer outra parte da Ucrânia para se concentrar nos combates no Donbass, e vimos vários indicadores nesse sentido", destacou.

"A natureza cada vez mais estática dos combates em torno de Kiev reflete a incapacidade das forças russas mais do que qualquer mudança nos objetivos ou esforços russos neste momento", completou o instituto.

A inteligência militar britânica, no entanto, contradiz essa análise.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse hoje que "as forças russas parecem estar concentrando seus esforços na tentativa de cercar as forças ucranianas que estão enfrentando diretamente as regiões separatistas no leste do país, avançando do norte de Kharkiv e do sul de Mariupol".

O chefe da Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, brigadeiro-general Kirill Budanov, concordou com Londres.

"Após os fracassos perto de Kiev e a impossibilidade de derrubar o governo central da Ucrânia, (o presidente russo, Vladimir) Putin já está mudando suas principais direções operacionais para o sul e o leste", afirmou o brigadeiro-general, segundo a agência Unian.

"Há razões para acreditar que ele está considerando um cenário "coreano" para a Ucrânia. Na verdade, esta é uma tentativa de criar a Coreia do Norte e a Coreia do Sul na Ucrânia. Afinal, (Putin) definitivamente não pode capturar todo o país", frisou Budanov.

Em sua opinião, o Kremlin ainda está trabalhando no estabelecimento de um corredor terrestre para a península anexada da Crimeia a partir do Donbass, mas enfatizou que, por enquanto, está enfrentando a "inquebrável" cidade de Mariupol.

O ISW, no entanto, acredita que as forças russas provavelmente ganharão o controle da cidade, que pertence à região de Donetsk, em um futuro relativamente próximo.

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