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Unicef diz que quase 2.400 crianças morreram no Iêmen em 3 anos

Órgão da ONU pediu às partes em conflito que respeitem a população civil, após a morte de mais de 29 crianças em um bombardeio nesta quinta (9)

Internacional|Do R7

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Quase 2.400 crianças morreram no Iêmen nos últimos três anos, informou nesta sexta-feira (9) o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). O órgão da ONU pediu às partes em conflito que respeitem a população civil, após a morte ontem em um bombardeio de mais de 50 pessoas, 29 delas crianças.

"Quase 2.400 crianças perderam a vida desde março de 2015 e 3.600 foram feridas gravemente ou mutiladas nesta guerra", disse em mensagem no Twitter a representante do Unicef no Iêmen, Meritxell Relano.

Meritxell expressou sua preocupação com a situação na província de Saada (norte), onde ontem um bombardeio deixou 50 mortos e 77 feridos, de acordo com o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha Internacional (CICV) no Iêmen, Johannes Bruwer.

"Estamos muito preocupados com a situação em Saada, onde um número ainda não determinado de crianças morreu e outras 35 pelo menos foram feridas gravemente", a representante do Unicef.


Meritxell acrescentou que os menores viajavam "em um caminhão aparentemente para atividades em uma escola corânica" de uma região muito afetada pelo conflito, na qual "muitas crianças morreram".

"Pedimos a todas as partes em conflito que, por favor, respeitem as leis humanitárias, as leis da guerra e que não se produzam mais ataques contra civis, infraestruturas civis, como hospitais, escolas e pontos de saneamento, mas especialmente as crianças, que são as mais vulneráveis", acrescentou a representante do Unicef.


Coalizão árabe: 'ação militar legítima'

A coalizão árabe confirmou o bombardeio de quinta-feira, que aconteceu após a morte de um civil no dia anterior no lançamento de um míssil pelos rebeldes houthis, que também deixou 11 feridos em Yazan, no sudoeste da Arábia Saudita.


O porta-voz da coalizão, Turki al Maliki, qualificou o bombardeio de "uma ação militar legítima contra os elementos que planejaram e perpetraram o ataque contra civis na noite de ontem na cidade de Yazan".

Este não é o primeiro ataque que causa um alto número de vítimas civis no Iêmen. No último dia 2, o bombardeio em um mercado e um hospital próximo em Al Hudaydah deixou mais de 50 mortos, segundo fontes dos rebeldes houthis.

O conflito armado no Iêmen começou em 2014, quando os rebeldes houthis ocuparam Sana e outras províncias, e se agravou em 2015 com a intervenção da coalizão militar integrada por países sunitas e liderados pela Arábia Saudita a favor das forças leais ao presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi.

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