Caso Lorenza: Justiça começa audiências e promotor acusado de assassinato deve depor
Lorenza Maria Silva de Pinho foi morta, aos 41 anos, dentro do apartamento em que morava com a família em Belo Horizonte
Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7
O promotor André Luís Garcia de Pinho, acusado de matar a esposa em Belo Horizonte, deve ser ouvido, nesta segunda-feira (8), na primeira audiência referente ao assassinato. O interrogatório do réu e o depoimento de testemunhas estão marcados para acontecer a partir das 9h, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na região centro-sul da capital.
Além do depoimento de Pinho, há a previsão de que outras 22 pessoas sejam ouvidas presencialmente e uma por videoconferência. Segundo o advogado da família da vítima, Tiago Resende, o pai, a irmã gêmea, a madrasta e uma tia de Lorenza participarão da audiência.
Caso não haja tempo para todas as pessoas falarem nesta segunda-feira (8), novas audiências serão marcadas nos dias seguintes. As oitivas serão conduzidas pelo relator do caso, o desembargador Wanderley Paiva.
Em agosto do ano passado, o promotor virou réu pelo assassinato de Lorenza Maria Silva de Pinho, na época com 41 anos. André foi preso dois dias após o crime e segue em prisão preventiva desde então.
Durante a denúncia contra o promotor, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) apontou três agravantes para o crime de feminicídio: motivo torpe, meio cruel e meio que dificultou a defesa da vítima. Dois médicos que assinaram o atestado de óbito de Lorenza também foram indiciados por terem fraudado o documento, mas eles respondem ao crime em outro processo.
Crime
No dia 2 de abril do ano passado, Lorenza morreu dentro do apartamento em que morava com o marido, André Luís Garcia de Pinho, e os cinco filhos no bairro Buritis, região oeste de Belo Horizonte. As crianças, com idade entre 2 e 16 anos, estavam dentro de casa na data do crime.
No dia da morte, o promotor comunicou à família que a esposa tinha morrido enquanto dormia sob efeitos de remédios e álcool. A versão foi confirmada pelo atestado de óbito assinado pelos médicos Itamar Gonçalves Cardoso e Alexandre de Figueiredo Maciel.
Intrigado com a justificativa da morte, o pai de Lorenza, Marco Aurélio Silva, acionou a Polícia Civil enquanto ainda estava na estrada a caminho do velório da filha. O corpo da mulher foi retirado da funerária e, após passar por exames, foi constatado que ela tinha sido intoxicada e asfixiada.