Justiça marca a primeira audiência do caso Lorenza para agosto
Segundo as investigações, vítima teria sido assassinada pelo marido e promotor André Pinho, que segue em prisão preventiva
Minas Gerais|Carlos Ortega*, do R7
A Justiça de Minas Gerais anunciou que vai realizar a primeira audiência referente ao assassinato de Lorenza Maria Silva de Pinho no dia 8 de agosto.
A suspeita é de que a vítima, que morreu em abril de 2021, tenha sido assassinada pelo seu então marido e promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho, que segue em prisão preventiva.
O suspeito se tornou réu pelo crime em agosto do ano passado, mas ainda não foi a julgamento.
A audiência acontecerá no dia 8 de agosto, às 9h da manhã, na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em Belo Horizonte. Há previsão de depoimento das testemunhas e do acusado.
A denúncia feita pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) aponta três agravantes para o crime de feminicídio: motivo torpe, meio cruel e meio que dificulta a defesa da vítima. Dois médicos que assinaram o atestado de óbito de Lorenza também foram indiciados por fraudarem o documento.
A defesa do réu nega as acusações.
Relembre o crime
Lorenza Maria Silva de Pinho morreu no dia 2 de abril de 2021, aos 41 anos, no apartamento em que morava com a sua família no bairro Buritis, região oeste de Belo Horizonte. Os cinco filhos do casal, com idades entre 2 e 16 anos, dormiam no momento do crime.
No dia da morte, Pinho afirmou que a companheira havia se engasgado enquanto dormia sob efeito de remédios e álcool. O primeiro atestado de óbito da vítima, assinado pelos médicos Itamar Gonçalves Cardoso e Alexandre de Figueiredo Maciel, confirmava a versão do promotor.
Após familiares questionarem as causas da morte, o corpo de Lorenza foi encaminhado para perícia, que concluiu que a vítima teria sido intoxicada e asfixiada. Ela foi enterrada doze dias após o crime em Barbacena, a 170 km de Belo Horizonte, onde vivem seus familiares.
*Sob supervisão de Pablo Nascimento