Logo R7.com
RecordPlus

Empresário que confessou matar gari é ‘fascinado’ por armas e pesquisou consequências após crime em BH

Renê da Silva Nogueira Júnior foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma; esposa, que é delegada, também pode responder criminalmente

Minas Gerais|Gabriela Neves*, do R7

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Renê da Silva Nogueira Júnior confessou ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte.
  • Ele foi indiciado por homicídio qualificado e porte ilegal de arma, que pertencia à sua esposa, Ana Paula Lamego Balbino.
  • Renê demonstrou fascínio por armas e pesquisou consequências legais do crime logo após o assassinato.
  • A filha de Laudemir entrou com ação judicial por indenização e pensão vitalícia, visando suporte financeiro e emocional.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Empresário que confessou matar gari é ‘fascinado’ por armas e pesquisou consequências após crime em BH
Empresário que confessou matar gari é ‘fascinado’ por armas e pesquisou consequências após crime em BH

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu nesta sexta-feira (29) o inquérito que investiga o assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, morto enquanto trabalhava no dia 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. O assassino confesso, Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e por porte ilegal de arma de fogo.

A arma utilizada no crime pertence à esposa dele, a delegada de Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino, que também foi indiciada. A mulher poderá responder criminalmente por porte ilegal de arma, já que, segundo a investigação, ela permitia que o marido circulasse armado, em diversas circunstâncias, com uma pistola de calibre 380.


Arma usada no assassinato do gari Laudemir Fernandes, em Belo Horizonte

Durante coletiva de imprensa, a Polícia Civil revelou que, logo após o disparo que matou Laudemir, Renê deixou a cena do crime e seguiu para o trabalho em Betim, na Grande BH. Câmeras de segurança registraram o empresário circulando pela empresa, cumprimentando colegas e agindo normalmente.

Pouco depois, já em casa, em um condomínio de luxo em Nova Lima, também na região Metropolitana da capital mineira, ele foi flagrado por câmeras de segurança com a arma na mão antes de guardá-la em uma mochila e passear com os cachorros na área comum do prédio.


O homem foi detido, ainda no mesmo dia do crime, enquanto treinava em uma academia de luxo na Avenida Raja Gabáglia, região Oeste de BH.

As apurações mostraram que, no mesmo dia, Renê fez diversas pesquisas no celular sobre as consequências jurídicas de “atirar em alguém”. Além disso, dados telemáticos do carro usado no crime revelaram que ele chegou a usar um comando de voz para sintonizar uma rádio de notícias, em busca de informações sobre a repercussão da morte do gari. Para os investigadores, esses indícios comprovam que ele tinha plena consciência do que havia feito.


De acordo com a Polícia, Renê demonstrava um “fascínio” por armas. Nas conversas e imagens extraídas do celular, foram encontrados fotos e vídeos em que ele aparece portando a pistola da esposa e até utilizando o distintivo dela em diversas circunstâncias.

Essas provas reforçaram para a polícia a conclusão de que a delegada sabia que o marido usava a arma dela em diferentes ocasiões, o que fundamentou o indiciamento dela por porte ilegal de armas.


Delegada afastada

Além do indiciamento, Ana Paula Balbino também foi afastada das atividades na Polícia Civil. Segundo a instituição, ela recebeu licença médica de 60 dias para tratamento de saúde. A corregedoria segue com uma investigação paralela para apurar se a delegada tinha conhecimento do crime ou se, de alguma forma, tentou favorecer o marido.

Disputa na defesa

O caso também é marcado por instabilidade na defesa de Renê Júnior. Após sucessivas trocas de advogados, a Justiça determinou que o suspeito informe quem, de fato, está habilitado a representá-lo, para evitar o que a juíza chamou de “tumulto processual”. Após três trocas de defensores, o homem agora é representado por Bruno Silva Rodrigues.

Ações judiciais da família

Paralelamente ao inquérito criminal, a filha de Laudemir, uma adolescente de 15 anos, ingressou na Justiça com pedidos de indenização por danos morais e materiais, além de pensão vitalícia e tratamento psicológico. A defesa também requereu o bloqueio de bens de Renê e da esposa no valor de R$ 3 milhões para garantir eventual indenização.

O advogado da jovem destacou que as ações têm como objetivo assegurar suporte financeiro e emocional para a adolescente, afirmando que a reparação não compensa a perda, mas pode minimizar os impactos do trauma.

*Sob supervisão de Túlio Melo

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.