Fila de espera em UTI em Minas dobra e chega a 400 pessoas
Há três dias, eram 200 pessoas à espera de um leito de terapia intensiva no Estado; MG corre atrás de insumos e oxigênio
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7, com Luiz Casoni, da RecordTV Minas
A fila de pacientes a espera de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em Minas Gerais passou de 200 para 400 em um intervalo de três dias, segundo o secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacheretti.
Em entrevista à RecordTV Minas nesta quinta-feira (18), o titular da pasta afirmou que se trata de um "momento crítico" e que o governo estadual está se movimentando para se expandir leitos de terapia intensiva para atender pacientes em estado grave e dar estrutura para os municípios para que não falte oxigênio hospitalar e insumos para a intubação.
— Esses insumos são de responsabilidade do prestador, mas a secretaria percebe que é necessária essa ajuda. O problema é mais logístico do que do próprio insumo, uma vez que o paciente consome muito oxigênio em um leito de CTI e o Estado é muito grande.
Com relação aos insumos necessários para intubar pacientes nos leitos de UTI, o secretário afirma que está em negociações com o governo federal e com outros países para trazer medicamentos para o Estado.
— Em relação ao kit rápido de intubação, estamos em conversas com o Ministerio da Saúde e até fora do pais, uma vez que o mercado interno vem sofrendo uma grande demanda de todo o pais com os mesmos fornecedores.
Indicadores
Minas Gerais passa pelo pior momento da pandemia, um ano após a confirmação do primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Estado. Todos os 853 municípios mineiros estão, desde a última quarta-feira (17) na onda roxa do programa Minas Consciente, com medidas ainda mais restritivas, como toque de recolher noturno, de 8 da noite às 5 horas da manhã.
De acordo com o secretário, regiões que foram incluídas há mais tempo na onda roxa vêm apresentando melhorias nos indicadores, como o Triângulo Norte e Noroeste.
— Nessas regiões, a gente já percebe queda na incidência de casos. Esse é o primeiro indicador que cai, o dos novos casos. Depois, o do número de internados e a gente consegue progredir para a onda vermelha e assim para as outras ondas.
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Fura-fila
Com relação às denúncias de eventuais irregularidades na vacinação de servidores da saúde, o secretário Fábio Bacheretti afirmou que sua prioridade é dar total transparência ao caso. Segundo ele, que substituiu o secretário Carlos Eduardo Amaral, que autorizou a vacinação de funcionários fora dos grupos prioritários, o Programa Nacional de Imunização é "dúbio".
— As regas de vacinação pelo PNI são um pouco dúbias, são complexas. O critério utilizado à época será totalmente apurado pelo órgao de controle. Todos os dados estão sendo fornecidos ao Ministério Público e à CPI e acredito que a conclusão vai ser rápida, já que todos estão interessados que isso seja concluído o mais rápido possível para saber se houve ilícito dentro da secretaria. Todas as listas serão fornecidas e meu compromisso é com total transparência.
As denúncias de fura-fila na vacinação de servidores chega a 2.680 nomes, incluindo também os funcionários das Superintendências Regionais de Saúde. Ao menos 134 pessoas estavam trabalhando em "home office". De acordo com o secretário, no caso da vacinação no interior, o critério de imunização foi definido pelas próprias prefeituras.
— Toda vez que chega um lote de vacinas, é feita a distribuição conforme o grupo prioritário. Parte do estoque fica na secretaria para distribuição estratégica em caso de alguma necessidade especial e o que foi utilizado é vinculada ao grupo prioritário de servidor de saúde. Foram dadas 828 doses para servidores de vacina e esse número a mais das regionais foi dada pelos municípios, aplicadas pelos critérios de cada município e não pela secretaria.