Foco de Sigatoka Negra, doença da banana, é identificado no norte de Minas após 17 anos
Embora não represente risco ao consumo da banana pela população, a praga pode gerar sérios impactos econômicos caso não seja controlada
Minas Gerais|Maria Luiza Reis, do R7

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) confirmou a identificação de um foco da doença Sigatoka Negra em uma propriedade rural no município de Jaíba, a 622 km de Belo Horizonte, no Norte de Minas Gerais. A confirmação foi feita durante uma fiscalização de rotina realizada por fiscais do órgão. Trata-se do primeiro registro da doença em uma área produtora de bananas no estado desde 2007.
Segundo o IMA, todas as medidas de contenção foram definidas em conjunto com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). As ações para impedir a disseminação do fungo já começaram e envolvem a fiscalização no trânsito de cargas, levantamento fitossanitário e o reforço no controle das áreas de cultivo.
A Sigatoka Negra é uma doença fúngica que afeta as folhas das bananeiras, podendo reduzir a produtividade e a qualidade da fruta. Embora não represente risco ao consumo da banana pela população, a praga pode gerar sérios impactos econômicos caso não seja controlada. Os principais danos incluem a morte prematura das folhas, diminuição do número de pencas por cacho, redução no tamanho dos frutos e maturação precoce, tanto no campo quanto durante o transporte.
Todos os produtores de banana do município de Jaíba deverão seguir o protocolo de mitigação de riscos disponibilizado pelo IMA. Aqueles que não aderirem às normas podem sofrer restrições sanitárias e ficar impedidos de comercializar suas frutas. A fiscalização no trânsito de cargas também será intensificada para evitar que a doença se espalhe para outras regiões do estado.
Entre as medidas sanitárias adotadas estão o levantamento fitossanitário em um raio de um quilômetro da propriedade afetada e o monitoramento ampliado em um raio de até 10 km, além da eliminação de plantações abandonadas de banana, conforme prevê a legislação sanitária vigente. A orientação às equipes técnicas responsáveis pela emissão de Certificados Fitossanitários de Origem (CFO) também está sendo reforçada.
Apesar do alerta, o IMA tranquiliza os produtores e consumidores, afirmando que a resposta rápidae o rigor nas medidas de controle devem evitar maiores prejuízos à produção de bananas em Minas Gerais.