Homem morre em BH com sintomas de intoxicação por cerveja
Polícia Civil confirmou óbito e disse que caso vai ser investigado; morte ainda não consta no balanço do Governo que aponta 17 notificações suspeitas
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Um homem morreu em Belo Horizonte com sintomas da doença que pode ter sido provocada por intoxicação pela cerveja Belorizontina, da Backer.
A informação foi confirmada pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (15).
A vítima, que não teve a identidade divulgada, estava internada em um hospital particular da capital mineira. O corpo do homem foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), onde vai passar por exames.
De acordo com a Polícia Civil, esta é a segunda morte possivelmente provocada pela chamada síndrome nefroneural, que causa insuficiência renal aguda e alterações neurológicas. O primeiro óbito confirmado foi o de Pascoal Demartini Filho, de 55 anos, então morador de Juiz de Fora, a 280 km de BH.
A Prefeitura de Pompéu, a 130 km de Belo Horizonte, notificou a Ses (Secretaria de Estado de Saúde) sobre a morte de uma moradora de 60 anos que também pode ter sido vítima da contaminação. O órgão estadual e a Polícia Civil, contudo, ainda não receberam o registro do caso que foi divulgado pelo R7 nesta terça-feira (14).
Casos suspeitos
Os dados mais atualizados da Ses apontam 17 casos suspeitos, incluindo a morte de Demartini Filho. Do total, 12 ocorrências são de Belo Horizonte e os demais cinco registros são das cidades de Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei.
Ainda de acordo com o Governo Estadual, quatro deles já tiveram diagnóstico positivo para dietilenoglicol, que é uma substância tóxica que foi encontrada em três lotes da cerveja Belorizontina e em um taque da fábrica que produz a bebida. Os outros 13 pacientes ainda aguardam resultado dos exames.
Investigação
Uma força-tarefa investiga a relação do produto químico com a síndrome nefroneural. A fábrica da Backer foi interditada pelo Ministério da Agricultura. O órgão federal também determinou o recolhimento de todas as cervejas e chopes produzidos pela companhia desde outubro passado.
Paula Lebbos, diretora da cervejaria, fez um pronunciamento nesta terça-feira informando que a empresa está cooperando com a apuração dos casos, mas pediu para que os clientes não consumam o produto do rótulo Belohorizontina. A mesma cerveja é vendida com o nome "Capixaba" no Espírito Santo.
— O que estou pedindo é que não bebam a [cerveja] Belorizontina, qualquer que seja o lote. Eu não sei o que está acontecendo.