Mulher de 60 anos pode ter morrido intoxicada por cerveja em MG
Secretaria de Saúde de Pompéu confirmou que moradora da cidade esteve em BH e consumiu a bebida da marca Backer em dezembro passado
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Uma moradora de Pompéu, a 168 km de Belo Horizonte, pode ser a segunda pessoa morta em decorrência de uma possível contaminação pela cerveja Belorizontina, da marca Backer.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Saúde da cidade, que notificou o Governo estadual sobre a situação.
Fernanda Guimarães Cordeiro, secretária de saúde de Pompéu, explicou ao R7 que a mulher de 60 anos esteve em Belo Horizonte entre os dias 15 e 21 de dezembro passado. Segundo relatos da família, a vítima teria consumido a bebida durante a viagem.
— Foi detectado que a paciente apresentou os mesmos sintomas identificados nos casos já investigados.
A vítima, que não teve a identidade divulgada, foi internada em 25 de dezembro na Santa Casa de Misericórdia de Pompéu com dores abdominais e náuseas e morreu três dias depois.
A prefeitura aguarda retorno da Secretaria de Estado de Saúde para saber se o caso vai ser contabilizado dentro das investigações da doença que está sendo chamada de síndrome nefroneural.
Até o momento, o Governo de Minas confirmou 17 notificações suspeitas, sendo 16 registros de pacientes homens e um de mulher. Um homem de 55 anos, morador de Ubá, a 240 km de BH, e que esteve na capital mineira, morreu após dias internado.
Investigação
Peritos da Polícia Civil identificaram as substâncias anticongelantes monoetilenoglicol e dietilenoglicou em garrafas e no taque de resfriamento usado na produção da cerveja Belorizontina. Segundo o laudo, três lotes da bebida estariam contaminados.
O mesmo produto foi encontrado em exames de quatro pacientes internados em Minas Gerais com uma doença misteriosa que causa insuficiência renal aguda e alterações neurológicas, como paralisa facial. A força-tarefa formada por órgãos municipais, estaduais e federais investigam se há relação entre os casos.
Leia também: Médico acredita que anticongelante causou doença misteriosa
Em comunidado feito na manhã desta terça-feira (14), a direção da Backer informou que está cooperando com a apuração das ocorrências e pediu que os consumidores não bebam a cerveja Belorizontina e a Capixaba, que é o nome dado ao mesmo produto no Espírito Santo.
A fábrica da empresa em Belo Horizonte foi interditada e o Ministério da Agricultura ordenou o recolhimento de todos as cervejas e chopes da marca produzidos a partir de outubro passado. A companhia entrou na Justiça contra a decisão.