VW Taos Highline 2025: teste completo do SUV médio que mantém virtudes e limitações
SUV médio atende bem os fãs da marca, mas já poderia ser atualizado na motorização, no acabamento e na proposta
Com tantos SUVs médios no mercado, o fenômeno visto esse ano foi o distanciamento entre as propostas de diferentes marcas. Os híbridos cresceram muito em participação, a Jeep apostou em versões de desempenho e a GM em conectividade com o Equinox. A Volkswagen não se movimentou muito, o que se refletiu em apenas 15.000 unidades vendidas do Taos, seu SUV médio feito na Argentina, posicionado acima do T-Cross.
Com visual tradicional, sua última atualização recente fez o possível para manter o Taos competitivo. Visualmente é o mesmo carro há quase quatro anos e se mantém com o mesmo motor.
Assim, tem como virtudes o amplo espaço interno, bom porta-malas, mas mantém suas limitações de desempenho ainda sem motor híbrido e sem mesmo a atualização feita na Europa sobre o motor 1.4 há anos. Desta vez o R7-Autos Carros avaliou o Taos Highline precificado a R$ 220,9 mil.
Ontem e hoje
O Volkswagen Taos 2024 chegou ao mercado brasileiro como um competidor direto do Jeep Compass, disputando o segmento dos SUVs médios. Com uma proposta mais racional, ele alcança com sucesso os clientes da marca com seu estilo quadradão e o bom motor 1.4 TSI.
Ao longo destes anos, ganhou novos rivais como Toyota Corolla Cross, que tem opção eletrificada, Chevrolet Equinox, que só tem versão a combustão, e BYD Song Plus, que tem apenas configurações híbridas, sem falar em Ford Bronco e Territory, Caoa Chery Tiggo 7 Sport e indiretamente Hyundai Creta 1.6 TGDI Ultimate. Hoje o cenário é mais competitivo e definitivamente o Taos precisa se reinventar.
As últimas mudanças visuais do Taos deram destaque para os faróis LED e a iluminação da grade acionada à noite, padrão adotado no novo T-Cross e Nivus. As rodas diamantadas de 19 polegadas e as lanternas traseiras em LED reforçam a identidade visual com aspecto sisudo.
O interior do Taos tem acabamento em plástico rígido, similar ao do Volkswagen Polo, o que pode diminuir a percepção de valor do SUV médio, considerando o preço do modelo.
O painel conta com a central multimídia VW Play de 10,25 polegadas, compatível com Android Auto e Apple CarPlay, e o ar-condicionado digital de duas zonas. Todavia, o uso de botões touch no volante pode gerar comandos indesejados durante a condução, porém, nada que uma semana de direção para se adaptar.
Motor tradicional
O Volkswagen Taos é equipado com o motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque sem mudanças. A transmissão automática de seis marchas oferece a opção de trocas manuais tanto pela alavanca quanto pelas aletas no volante. O SUV médio conta com suspensão bem ajustada, dirigibilidade bem agradável e comportamento neutro com leve tendência a deixar a traseira mesmo quando carregado.
Seu ponto forte segue sendo o apelo familiar. O Taos oferece bom espaço com 498 litros no porta-malas e diversas opções de conectividade, como duas portas USB Tipo C e tomadas 12V. O modelo também se destaca pela segurança, com seis airbags, assistente de ponto cego e controle de velocidade adaptativo, entre outros equipamentos. Ademais, o crossover da Volkswagen tem comprimento 4,46 metros, 2,68 metros de entre-eixos, 1,84 metro de largura e 1,63 metro de altura.
O Taos Highline tem aceleração de zero a 100 km/h em menos de 10 segundos e uma velocidade máxima próxima aos 200 km/h. Claro, em condições normais não será possível atingir essa velocidade, só que sair da inércia em 9,5 segundos torna a condução divertida, além de não ter complicações em retomadas.
O consumo, conforme dados da Inmetro, é de 7,6 km/l na cidade e 9,1 km/l na estrada com etanol e de 11,1 km/l no trecho urbano e 13,1 km/l no trecho rodoviário com gasolina. Todavia, o desempenho real ficou em torno de 6 km/l na cidade, o que é razoável para o segmento. Já na estrada foi de 9 km/h, ficando na média.
A ressalva fica justamente para a motorização. O motor 1.4 já virou 1.5 turbo há anos na Europa e está em sua segunda evolução desde 2022 onde se chama “Evo2” e permite a hibridização com até 272cv como disponível no Golf E-hybrid, por exemplo.
Há rumores de que a transição o Taos possa representar seu fim na Argentina passando a vir do México com o motor 1.5 TSI mas somente a gasolina e que a VW poderá finalmente nacionalizar essa motorização híbrida em São Carlos/SP.
Briga acirrada em um andar de baixo
O Volkswagen Taos Highline custa hoje R$ 220.990, o que reflete nas vendas de apenas 15 mil unidades emplacadas neste ano. Além do valor mais competitivo, os concorrentes como o Jeep Compass, que tem preço de R$ 241.990 na configuração Serie S e motor turbo de 185 cv sem falar nas esportivas Blackhawk e Overland 2.0 turbo de 272cv na faixa superior de preço de R$ 280 mil.
Por sua vez, o Toyota Corolla Cross é vendida na versão XRX topo de linha por R$ 195.390, já a opção GR-Sport sai por R$ 201.790. Quem quiser uma configuração eletrificada por escolher a XRX Hybrid por R$ 212.890. O que tudo isso significa é que o Taos quer brigar com os líderes, mas oferece pouco em itens de série e sua tecnologia de motor o coloca mesmo numa faixa inferior.
O BYD Song Plus, que é vendido apenas com motorização híbrida de 235cv custa R$ 239.800 e tem ACC, por exemplo, enquanto o Song Pro custa a partir de R$ 189 mil igualmente com motor híbrido.
O Haval HEV híbrido puro também custa na faixa dos R$ 220 mil sendo potente e econômico com as mesmas propostas de espaço amplo e boa conectividade.
O Chevrolet Equinox, que ganhou novo visual recentemente e tem apenas motor a combustão e se destaca na conectividade, querendo brigar em uma faixa superior em preço e custa R$ 267.000 nas versões Activ e RS.
Temos ainda o Ford Territory por R$ 215 mil, Caoa Chery Tiggo 7 Sport por R$ 145 mil e Tiggo 7 Pro Hybrid na faixa dos R$ 170 mil.
Portanto, embora o Taos seja um bom SUV em construção e em equipamentos, a falta de um toque mais sofisticado no interior e o preço salgado perto das opções que estão no mercado, podem afugentar os clientes que desejam mais itens de série e motorização mais moderna.
Ou ele se posiciona na base com preços melhores e entrega inferior aos concorrentes ou se moderniza de uma vez para alçar voos mais altos e disputar espaço com modelos híbridos que chegaram nos últimos anos.
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