Após críticas e suposto ataque, TSE diz que sistema está seguro
Por meio de nota oficial, o Tribunal Superior Eleitoral informa que promoveu testes adicionais e reitera confiança no processo digital.
Christina Lemos|Do R7
Preocupado com a confiabilidade do sistema de apuração que recebeu críticas de parlamentares no 1º turno das eleições e apresentou atrasos na divulgação dos resultados, no domingo 15, o TSE ( Tribunal Superior Eleitoral) - depois de vários testes adicionais no computador e no sistema responsável pela totalização dos votos - diz que o sistema está pronto e seguro para o 2º turno que acontece neste domingo 29. Os testes para validar a eficácia do sistema e garantir sua segurança tiveram a participação de cartórios eleitorais de 24 estados brasileiros.
O processo eleitoral do 1º turno foi questionado por parlamentares que agora estão sendo investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a acusação de “campanha de desinformação” contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na sexta-feira 20, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, encaminhou à PGR uma representação recebida da ONG SaferNet Brasil, sobre a “campanha de desinformação” e o “ataque cibernético” sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro turno das eleições municipais.
Quatro deputados aparecem no despacho de Brill de Góes segundo o Estadão: Filipe Barros (PSL-PR), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).
Os deputados Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis se manifestaram nas redes sociais sobre o despacho contestando as denúncias. Eduardo Bolsonaro se defendeu:
- Ser investigado por contestar o processo eleitoral e ser acusado pela imprensa de ligação a ataque hacker ao TSE sem nenhuma prova confirma: vivemos uma democracia de mentira.
Bia Kicis, que propõe o voto impresso, também reagiu: "Querem nos calar e rasgar os votos dos meus eleitores".
A questão levanta discussões calorosas envolvendo os principais poderes do país. O presidente Jair Bolsonaro defende publicamente o uso do voto impresso, e mantém uma posição histórica sobre o assunto. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, defendeu, reiteradas vezes, o sistema eleitoral eletrônico. E sempre que pode, lista vários presidentes eleitos desta forma, inclusive o próprio Bolsonaro.
Lembrando que no auge da crise, o ministro do Supremo Gilmar Mendes saiu em defesa do ministro Barroso. Por meio de rede social, Mendes afirmou na ocasião: "Atrasos mínimos não maculam de forma alguma a lisura do pleito". E elogiou a atuação do TSE, presidido por Barroso, que compartilhou a mensagem.
O incidente do primeiro turno também ajudou a pacificar as relações delicadas e marcadas por divergências entre o ministro Barroso e o colega Gilmar Mendes, do STF.
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