Defesa rebate ministro do STF, que volta a criticar militares na Saúde
'A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas', escreveu o ministro do Supremo Tribunal Federal, nas redes sociais
Christina Lemos|Do R7
Gilmar Mendes manteve neste domingo (12) suas críticas à opção do Ministério da Saúde por substituir funcionários civis de carreira por militares após a posse do general Eduardo Pazuello. Do outro lado, o Ministério da Defesa já tinha rebatido em nota o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), dizendo que “vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros” na pandemia do novo coronavírus.
Anteriormente, em uma live na internet, o ministro havia dito que o “Exército está se associando ao genocídio”, o que irritou bastante a ala militar do governo. Em 18 de junho, na Live JR, Gilmar Mendes antecipou o teor das críticas que hoje causam reação.
“Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FA [Forças Armadas] e da saúde do Brasil”, escreveu o ministro, em uma rede social, depois de fazer menção ao Projeto Rondon, que faz aniversário nesse 11 de julho, e tem a coordenação da Defesa.
As declarações de Gilmar Mendes se referem exclusivamente aos militares sem especialização na área da saúde na pasta. O esforço do Exército para socorrer a população não foi alvo de críticas.
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Ainda assim, insatisfeita com as declarações, a Defesa disse em nota que “são empregados, diariamente, 34 mil militares, efetivo maior do que o da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, com 25.800 homens”. A pasta também levantou números da Operação Covid-19.
“Os resultados mostram que a operação está atingindo os objetivos a que se propõe. De lá para cá, foram descontaminados 3.348 locais públicos; realizadas 2.139 campanhas de conscientização junto à população, 3.249 ações em barreiras sanitárias e 21.026 doações de sangue; distribuídos 728.842 cestas básicas; produzidos 20.315 litros de álcool em gel e capacitadas 9.945 pessoas para realizar ações de descontaminação”, diz o texto.
“É ainda importante destacar que já foram transportadas 17.554 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via terrestre, 471 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via transporte aéreo, voadas 1.334 horas, o equivalente a 14,5 voltas ao mundo”, conclui a Defesa.
O Ministério da Saúde não se manifestou. A resposta do governo ao ministro do STF ficou a cargo do Ministério da Defesa, como ocorre sempre em casos de críticas a militares que integram a gestão de Bolsonaro.
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