Novo presidente do PT encara racha interno e desafio de reeleger Lula
Edinho Silva é nome moderado e confirma hegemonia de corrente ligada ao presidente da República

A vitória de Edinho Silva para comandar o Partido dos Trabalhadores confirma a força de Lula na legenda, mas ocorre em um cenário de incerteza política e divisão na militância. E que tende a apoiar o retorno do partido às diretrizes da esquerda, inclusive encampando o polêmico discurso de “pobres contra ricos”, que provocou forte reação entre aliados do governo.
Nome mais moderado entre os concorrentes, o ex-ministro de Dilma Rousseff sempre defendeu a aproximação ao centro político, inclusive com legendas que hoje são vistas como garantidoras da governabilidade.
O dilema interno deve marcar os primeiros meses de gestão do novo presidente, que sucede a combativa Gleisi Hoffmann — à frente do PT por oito anos — e Humberto Costa, que assumiu a legenda após a ida de Gleisi para o ministério.
Edinho Silva aguardará a orientação do próprio Lula sobre os rumos do partido, uma vez que o presidente adota um discurso público e uma atuação política mais à esquerda, reforçando que foi eleito “para governar para os pobres”.
Caberá a Edinho Silva conciliar posições para estruturar os planos eleitorais não só de Lula, mas também de outros quadros importantes do partido, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
As articulações precisam ser aceleradas para garantir a desincompatibilização no prazo legal, em abril do próximo ano.
Objetivo é reeleger Lula
O principal desafio do novo presidente do PT é, de longe, conduzir a tentativa de reeleição de Lula — cenário incerto diante da baixa popularidade do presidente e das dificuldades enfrentadas no Congresso com medidas que poderiam impulsionar suas chances.
A agenda fiscal foi interditada pela recente derrota do governo na disputa envolvendo o aumento do IOF, com impacto direto no projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para contribuintes com renda de até R$ 5 mil.
A expectativa é que Edinho Silva acerte com Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação do governo, diretrizes que permitam conciliar uma atuação partidária capaz de manter a militância mobilizada sem hostilizar aliados estratégicos para o avanço da pauta governista no Congresso.
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