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Planalto se prepara para quatro anos de retaliações políticas dos Estados Unidos

‘Projeto de hegemonia da direita nas Américas’ promete isolar o Brasil sob Lula

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Planalto se prepara para retaliações políticas dos EUA durante o mandato de Trump.
  • Sanções já foram impostas, incluindo a suspensão de vistos para funcionários do Ministério da Saúde.
  • A Casa Branca busca isolar o Brasil, alinhando-se com países vizinhos, como Argentina e Paraguai.
  • O agravamento das retaliações é esperado com o julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula e o PT são vistos como adversários ideológicos diretos dos EUA Ricardo Stuckert/PR - 11.07.2025

São contínuos os sinais de retaliação política da parte da Casa Branca comandada por Donald Trump contra a gestão petista do presidente Lula, e o Planalto já se prepara para a escalada das sanções periódicas enquanto durar o mandato do Republicano nos Estados Unidos.

A tendência identificada tanto pela diplomacia brasileira quanto pelo núcleo duro do governo foi confirmada nesta quarta (13), com a iniciativa de suspensão do visto americano de funcionários graduados do Ministério da Saúde.


Para petistas próximos ao presidente e conselheiros de Lula na área de política externa, trata-se de “um projeto de hegemonia da direita nas Américas” que Trump e auxiliares acabam de pôr em curso, e pretende estabelecer como parte do legado do Republicano.

As sanções adotadas até aqui são consideradas “leves” e a expectativa é de que esta tendência se acentue a depender de fatores como: a resposta do governo petista e do próprio Lula e a reação da comunidade internacional ao padrão inaugurado pela Casa Branca.


Até o momento, França e China foram as principais nações que se colocaram na defesa moderada do Brasil.

O ‘promotor’ Marco Rubio

O principal promotor desta missão é o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, homólogo de Mauro Vieira na gestão Trump, com total carta-branca do chefe da Casa Branca. De origem cubana, Rubio tem uma trajetória pessoal de forte repúdio ao regime da ilha e autorização para retaliar agentes públicos e privados que mostrem simpatia, apoio ou complacência com o castrismo.


Lula e o PT se encaixam na regra e são vistos como adversários ideológicos diretos e alvo preferencial do chefe e executor da política externa americana.

O método de retaliações políticas esporádicas e eventualmente crescentes inclui espraiar as sanções para a área comercial, como acaba de acontecer com a imposição de tarifas exorbitantes a produtos brasileiros.


A dosagem das sanções será estabelecida como forma simbólica de insatisfação da Casa Branca com a condução do país e proporcional à resposta do Planalto.

“Eu amo o povo brasileiro”, disse Trump. “As pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”, completou. Também cabe à equipe de Rubio anotar as manifestações públicas de Lula e auxiliares frente às sanções americanas.

Para sinalizar à comunidade internacional o “isolamento” do Brasil, o método inclui celebrar a aproximação pragmática com vizinhos regionais e até parceiros históricos do país, como a Argentina e, agora, do Paraguai.

A Casa Rosada, sob o comando de Javier Milei, promoveu um imediato alinhamento a Trump desde a campanha eleitoral do americano e explicita estes laços políticos quase cotidianamente.

Além da Argentina, o Paraguai

Também não por acaso, o próprio Rubio alardeou nesta quinta (15) o acerto com o paraguaio Santiago Peña, com a assinatura do acordo batizado de Terceiro País Seguro, que permite, segundo o secretário de estado de Trump, “que requerentes de asilo nos Estados Unidos busquem seus pedidos de proteção no Paraguai” e “não permitirá mais que o sistema de asilo dos EUA seja utilizado de forma abusiva”.

O liberal paraguaio, portanto, acerta uma parceria com Trump numa de suas principais bandeiras: a do combate à imigração ilegal, em nome de criar “um hemisfério mais seguro” — o tipo de gesto particularmente apreciado pelo Republicano.

Qualquer atitude semelhante está fora de cogitação por parte do governo Lula. Se por um lado, o petista descarta retaliações comerciais ou diplomáticas, também vê na atitude do americano a possibilidade de emular o patriotismo entre os brasileiros sob o argumento da defesa da soberania nacional. E, assim, ampliar sua popularidade, com vistas à reeleição.

Dentro de poucas semanas, o quadro de retaliações deve se agravar, com a proximidade do julgamento de Jair Bolsonaro, pelo Supremo. A resposta da Casa Branca é esperada contra integrantes da Corte que votarem pela condenação do ex-presidente, com a provável inclusão destes magistrados nas restrições previstas pela Lei Magnitsky.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Quais são os sinais de retaliação política da Casa Branca contra o governo Lula?

 

A Casa Branca, sob a liderança de Donald Trump, tem demonstrado sinais contínuos de retaliação política contra a gestão do presidente Lula. O Planalto já se prepara para uma escalada de sanções periódicas enquanto Trump estiver no poder.

 

Qual foi a recente ação da Casa Branca em relação ao Brasil?

 

Recentemente, houve a suspensão do visto americano de funcionários graduados do Ministério da Saúde, confirmando a tendência de retaliação identificada pela diplomacia brasileira e pelo governo.

 

Como os petistas veem essa situação?

 

Petistas próximos ao presidente Lula consideram que essa retaliação faz parte de um "projeto de hegemonia da direita nas Américas", que Trump e seus auxiliares estão implementando como parte de seu legado.

 

Quais são as expectativas em relação às sanções?

 

As sanções adotadas até agora são vistas como "leves", e espera-se que essa tendência se intensifique, dependendo da resposta do governo Lula e da reação da comunidade internacional.

 

Quais países têm defendido o Brasil até o momento?

 

Até agora, França e China foram as principais nações que se posicionaram em defesa moderada do Brasil.

 

Quem é o principal responsável pela política externa americana em relação ao Brasil?

 

O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, é o principal promotor dessa política, tendo autorização para retaliar agentes que demonstrem apoio ao regime cubano, incluindo Lula e o PT, que são vistos como adversários ideológicos.

 

Como as sanções podem afetar a área comercial?

 

As retaliações políticas podem se expandir para a área comercial, como demonstrado pela recente imposição de tarifas elevadas a produtos brasileiros.

 

Qual é a postura de Trump em relação ao povo brasileiro?

 

Trump declarou que ama o povo brasileiro, mas criticou as lideranças do Brasil, afirmando que "fizeram a coisa errada".

 

Como a Casa Branca está sinalizando o isolamento do Brasil?

 

A Casa Branca está promovendo aproximações com vizinhos regionais e parceiros históricos, como Argentina e Paraguai, para sinalizar o isolamento do Brasil.

 

Qual é a nova parceria entre os EUA e o Paraguai?

 

O Paraguai, sob a liderança de Santiago Peña, firmou um acordo com os EUA que permite que requerentes de asilo busquem proteção no Paraguai, em uma tentativa de combater a imigração ilegal.

 

Qual é a posição do governo Lula em relação a retaliações?

 

O governo Lula descarta retaliações comerciais ou diplomáticas, mas vê a situação como uma oportunidade para aumentar o patriotismo entre os brasileiros e, assim, potencialmente ampliar sua popularidade.

 

O que se espera em relação ao julgamento de Jair Bolsonaro?

 

Com a proximidade do julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo, espera-se que a Casa Branca reaja contra os integrantes da Corte que votarem pela condenação do ex-presidente, possivelmente incluindo esses magistrados nas restrições previstas pela Lei Magnitsky.

 

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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