Estado vai auxiliar na apuração de prejuízos na ação que prendeu dono da Ultrafarma e diretor da Fast Shop
Segundo investigação, fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas
A Secretaria de Estado vai auxiliar nos desdobramentos da Operação Ícaro, deflagrada nesta terça-feira (12) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais.
Foram presos preventivamente o empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, o executivo da Fast Shop Mário Otávio Gomes e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda de São Paulo.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, o fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.
Em contrapartida, recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. Constatou-se também que o fiscal já recebeu, até este momento, mais de R$ 1 bilhão em propina.
Durante entrevista coletiva sobre o caso, na tarde desta terça-feira o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, e os promotores Roberto Bodini, João Ricupero e Igor Volpato, todos do Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), afirmaram que o Estado vai cooperar com Ministério Público para mensurar prejuízos no âmbito da Operação Ícaro.
“Agora vêm os movimentos seguintes para a apuração dos prejuízos aos cofres públicos”, disse o procurador-geral de Justiça.
“Nós pretendemos fazer um trabalho em conjunto com a Secretaria da Fazenda”, afirmou Ricupero.
“Nós conseguimos detectar e comprovar que houve o pagamento de valores ilícitos para funcionários públicos, que por sua vez facilitaram a obtenção de favores fiscais para essas empresas”, acrescentou Bodini.
“Tudo será especificado com a análise do material que foi objeto da busca e apreensão na data de hoje”, comentou Volpato.
A investigação conduzida pelo Gedec identificou um grupo criminoso responsável por favorecer empresas do setor de varejo em troca de vantagens indevidas.
Foram cumpridos três mandados de prisão temporária, incluindo o de um fiscal de tributos estadual, apontado como o principal operador do esquema, e os de dois empresários, sócios de empresas beneficiadas com decisões fiscais irregulares.
Além das prisões, os agentes deram cumprimento a diversos mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos alvos e nas sedes das empresas investigadas.
A operação é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça.
Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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