Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Renda Extra

Vale a pena fazer a portabilidade do financiamento do imóvel?

Com as sucessivas quedas da taxa básica de juros, a Selic, pode ser uma boa migrar a dívida para outra instituição que ofereça condições mais vantajosas

Renda Extra|Márcia Rodrigues, do R7

Portabilidade permite negociar melhores taxas para financiamento da casa
Portabilidade permite negociar melhores taxas para financiamento da casa

As constantes reduções da Selic (taxa básica de juros) – atualmente em 2,25% ao ano – estão despertando o interesse do consumidor em buscar opções mais vantajosas para o seu financiamento imobiliário.

Leia mais: Como ficam os investimentos com a Selic a 2,25%? Especialistas explicam

Levantamento divulgado pelo Banco Central, em junho deste ano, aponta que o número de pedidos de portabilidade de crédito imobiliário cresceu 200% em 2019.

Veja mais: Caixa inclui ITBI e custo cartorário em financiamento da casa própria


A portabilidade nada mais é do que migrar a dívida de um banco para outro que oferece taxas mais atrativas para assumir o seu financiamento.

Leia também: Conheça 3 investimentos que podem complementar o salário


A prática sempre vale a pena se as taxas de juros estão em queda, segundo Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Porém, de acordo com ele, as taxas do crédito habitacional não caíram muito por causa das sucessivas quedas da Selic, diferentemente de outras modalidades como a do financiamento automotivo e consignado, por exemplo.


Leia mais: Reabertura econômica impulsiona atratividade dos fundos imobiliários

Oliveira atribui a estabilidade das taxas do financiamento imobiliário à pandemia do coronavírus que vem gerando incertezas no mercado financeiro. Índice de desemprego e inadimplência em alta, renda do trabalhador reduzida, baixo consumo e desempenho das empresas, entre outros. 

Ele acredita que as taxas não devem variar muito de um banco para outro, mas vale a pena o consumidor procurar melhores condições.

“Por se tratar de uma dívida alta%2C de R%24 500 mil%2C R%24 1 milhão%2C por exemplo%2C a redução em cima de qualquer percentual trará um grande impacto no montante da dívida.”

(Miguel de Oliveira)

A primeira dica do especialista é tentar negociar condições melhores primeiro com o banco no qual mantém o financiamento. “O valor é alto e o banco, para não te perder como cliente, acaba oferecendo melhores condições.”

Leia mais: Veja quais são os 4 fundos imobiliários para investir em 2020

Porém, se a instituição bancária não oferecer melhores condições ao correntista, a dica do especialista é buscar outras alternativas no mercado.

A pedido do R7, o diretor-executivo da Anefac fez duas simulações de portabilidade do financiamento imobiliário:

Simulações

• Imóvel de R$ 500 mil financiado em 30 anos com uma taxa de 9,5% ao ano (que era a taxa praticada há pouco tempo).

Ao final do financiamento, o comprador terá pago R$ 1.185.000.

Se ele conseguir uma redução da taxa para 7,5% ao ano. Ao fim do financiamento ele terá uma economia de R$ 140 mil.

• Imóvel de R$ 500 mil financiado em 30 anos com uma taxa de 8% ao ano.

Esse imóvel custará R$ 1.080.000 ao fim do financiamento.

Com uma redução na taxa para 7,5%, o financiamento total será de R$ 1.045.000. Uma economia de R$ 35 mil.

Consumidor deve avaliar detalhes

Thiago Godoy, educador financeiro da XP Investimentos, destaca que a portabilidade é interessante em qualquer forma de financiamento. Porém, a medida oferece vantagens e desvantagens.

Veja também: Investir em ações da Petrobras é um bom negócio no momento?

Vantagens

• Consumidor pode conseguir reduzir o valor da dívida para a compra de um imóvel; e

• A própria instituição financeira na qual o consumidor tem a dívida pode se interessar em oferecer melhores condições para não perder o cliente.

Desvantagens

• Trocar a dívida vai exigir novas documentações e gerar custos com transações cartoriais, como novo contrato de alienação fiduciária;

• Alguns bancos podem exigir uma reavaliação do imóvel financiado com valores atualizados, o que pode encarecer a negociação; e

• É importante avaliar o CET (custo efetivo total) do financiamento para não encarecer a operação.

Assim como Oliveira, Godoy acredita que a melhor iniciativa é falar, primeiramente, com o seu banco. Antes disso, vale a pena fazer uma pesquisa com as outras instituições para apresentar que há condições mais vantajosas no mercado.

Mauro Teixeira Pinto, sócio diretor da TPA Empreendimentos, acredita que o volume de pessoas interessadas em fazer a portabilidade do financiamento imobiliário só não é maior por desconhecimento.

Veja mais: Posso aplicar a reserva de emergência no Tesouro Selic?

“À medida que as taxas de juros vão diminuindo%2C a portabilidade torna-se muito atrativa. Quanto mais a operação for divulgada%2C mais pessoas vão procura-la para diminuir a dívida dos seus financiamentos.”

(Mauro Teixeira Pinto)

Dívida longa exige fundo de reserva

Godoy orienta o consumidor a formar um fundo de reserva antes de pensar em se comprometer a uma dívida longa e alta com o financiamento imobiliário.

Leia mais: É hora de negociar aluguel, conta de telefone, TV a cabo e outros gastos?

“Um financiamento grande pode comprometer 30% do seu salário. Nunca sabemos como será o dia de amanhã, principalmente em momentos de crise. Por isso uma reserva é sempre importante. É preciso, também, saber que a dívida fará parte da sua vida por muito tempo.”

Taxas estão atrativas para novos financiamentos

Para Godoy, o momento está propício para quem quer financiar um imóvel ou trocar a dívida por uma mais vantajosa.

Leia mais: Você sabia que pode autossabotar seu orçamento? Como identificar?

“Várias instituições estão oferecendo boas taxas. É hora de o consumidor fazer uma pesquisa e buscar as melhores condições para fazer o seu financiamento.”

(Thiago Godoy)

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.