Alerj aprova orçamento estadual com déficit de R$ 10,6 bilhões
Projeção é de receita líquida de R$ 72,6 bi e despesas de R$ 83,2 bi. Lei Orçamentária Anual foi aprovada em sessão extraordinária, na quarta (18)
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou na última quarta-feira (18), em sessão extraordinária, a redação final do Projeto de LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2020. É previsto um déficit de R$ 10,6 bilhões, uma vez que a receita líquida estimada é de R$ 72,6 bilhões e a despesa é de R$ 83,2 bilhões.
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O orçamento do estado do Rio de Janeiro para 2020 tinha sido apresentado pelo governo de Wilson Witzel em outubro e tramitou como PL (Projeto de Lei) 1.365/2019, que foi aprovado na última terça-feira (17). Mas, como os deputados incluíram emendas, a redação final do texto com mudanças foi concluída e apreciada hoje. A versão final do PL volta agora para o governador Wilson Witzel, que tem até 15 dias úteis para sancionar ou vetar o texto.
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As projeções de receita e despesa da proposta original foram modificadas. Uma das razões para a mudança foi a revisão da inflação e da previsão de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) nacional para o próximo ano. Novos cálculos apontaram maior arrecadação com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), principal tributo estadual.
Outra fonte de receita, incluída para 2020, são os recursos pelo bônus de assinatura do leilão da cessão onerosa do pré-sal, determinado pela Lei Federal 13.855/19. A estimativa é que o certame realizado em novembro possa render R$ 1,1 bilhão ao Rio de Janeiro no próximo ano.
Em relação à despesa, a Comissão de Orçamento abriu caminho para que diversas emendas elaboradas pelos deputados fossem incluídas.
Assim, houve incremento de R$ 461 milhões nas despesas com educação, que passaram para R$ 8,2 bilhões; e de R$ 321 milhões nas despesas com saúde, que alcançaram R$ 7 bilhões.
A área com o maior orçamento de 2020 será a segurança pública, com R$ 12,9 bilhões, o que significa R$ 198 milhões acima do previsto originalmente. Com as alterações, as despesas totais passaram de R$ 80,8 bilhões para R$ 83,2 bilhões.
Foram aprovadas também emendas que não alteraram despesas, mas criam normas para a forma como devem ser feitas. Uma delas estabelece que 40% dos recursos do Pefic (Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura) no máximo, sejam destinados a projetos da capital. O objetivo é descentralizar o investimento, garantindo que os demais 60% sirvam para estimular a produção cultural nas cidades do interior.
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Plano de cargos
Emendas que não haviam sido aprovadas na Comissão de Orçamento também foram votadas e incluídas no projeto, após destaques apresentados por deputados. Uma delas autoriza o governo estadual a implantar a majoração remuneratória do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) dos servidores da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e do Iasej (Instituto de Assistência Social dos Servidores do Estado do Rio). A implantação deverá ser de forma gradual durante 48 meses sucessivos a partir de 1º de janeiro de 2020.
A aprovação foi celebrada pela deputada Martha Rocha (PDT). "Alguns servidores do estado estão há mais de 30 anos sem reajuste. Em certos casos, chegam a receber menos de um salário por mês (..). A saúde é a base para o bem-estar de qualquer cidadão e não pode ser ignorada pelos gestores", afirmou em suas redes sociais.
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Também foi aprovado nesta quarta o texto final do Plano Plurianual de 2020-23, que tramitou como PL 1.364/19. Ele define as metas e diretrizes orçamentárias que vão orientar o estado nos próximos quatro anos.
Assim como a LOA, o projeto do Plano Plurianual será encaminhado ao governador Witzel, que terá até 15 dias úteis para sancioná-lo ou vetá-lo.