O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou à Justiça, nesta sexta-feira (12), o sobrinho do bicheiro Castor de Andrade, Rogério de Andrade, como mandante da morte do contraventor Fernando Iggnácio. Outros cinco homens também foram denunciados por homicídio qualificado.
Fernando, que era genro de Castor, foi assassinado no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, em novembro de 2020.
Segundo a investigação, no dia do crime, por volta das 9h, quatro dos seis investigados foram até o local da execução de automóvel. Três deles invadiram o terreno baldio, que faz divisa com o heliporto, com duas armas, entre elas um fuzil AK-47.
Por cerca de quatro horas, eles aguardaram Fernando Iggnacio retornar de uma viagem de Angra dos Reis, na Costa Verde. Após descer do helicóptero, a vítima foi alvejada com três disparos, um deles na região da cabeça, no estacionamento do heliporto.
Ainda de acordo com a denúncia, um dos responsáveis pela segurança pessoal de Rogério de Andrade foi o responsável por contratar os demais denunciados para executar o crime.
A investigação identificou também que dois deles já trabalharam como seguranças da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo patrono é Rogério de Andrade.
O R7 tenta localizar a defesa de Rogério de Andrade.
Disputa em família
Após a morte de Castor, a família Andrade entrou em disputa pelos pontos do jogo do bicho.
Em 1998, Paulo Roberto Andrade, o Paulinho, que havia declarado guerra ao primo Rogério de Andrade, foi assassinado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
A polícia identificou e prendeu como autor dos crimes o ex-PM Jadir Simeone Duarte, que acusou Rogério de ser o mandante.
O lugar de Paulinho na batalha foi assumido pelo cunhado Fernando Iggnácio, que, segundo a polícia, controlava uma empresa exploradora de caça-níqueis na zona oeste.
Rogério e Fernando começaram a bater de frente em 2001, mesmo ano em que a polícia passou a apreender aparelhos de caça-níqueis e videopôquer no estado do Rio. Os conflitos se iniciaram com ataques às máquinas de um grupo por integrantes do outro, mas logo evoluíram para tiroteios que deixaram mais de 50 mortos.
Rogério escapou de uma tentativa de assassinato em 2001. Nove anos depois, em abril de 2010, um de seus filhos, de 17 anos, morreu num atentado a bomba.