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Programa "Rio de Janeiro a Janeiro" movimenta R$ 8,8 bilhões em 2018

Ação gerou cerca de 240 mil empregos e R$ 538 mi em impostos; de acordo com levantamentos, eventos como a Flip geraram mais de R$ 4,5 mi 

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

Para Sá Leitão, turismo tem alto impacto na geração de renda
Para Sá Leitão, turismo tem alto impacto na geração de renda

O Programa Rio de Janeiro a Janeiro gerou 238 mil empregos e R$ 538 milhões em impostos com os 94 projetos realizados ao longo do ano nas áreas cultural, esportiva e corporativa. O impacto na economia do estado foi de R$ 8,86 bilhões, contando com um público de 12,5 milhões de pessoas, sendo 74,6% de moradores do Estado do Rio de Janeiro e 25,4% de turistas.

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O balanço final no programa foi apresentado na última quinta-feira (20) pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. O projeto teve o objetivo de alavancar a economia fluminense e foi lançado em setembro de 2017, em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas).

O ministro ressaltou que a cultura e o turismo precisam ser entendidos como um conjunto de atividades que têm alto impacto na geração de renda, emprego e desenvolvimento.


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“É o olhar que devemos ter nos governos e também na sociedade, na mídia. São diferenciais competitivos do Brasil, não apenas do Rio de Janeiro. Todas as pesquisas mostram que há poucas atividades que geram tanta renda, que geram tanto emprego, que têm impacto tão positivo em várias dimensões. Precisamos apostar nisso, precisamos investir em cultura, em turismo, de maneira articulada, porque o potencial de crescimento é gigantesco”.

De acordo com Sá Leitão, os cálculos comprovam o retorno para a economia do investimento nas áreas culturais e de eventos. Segundo afirmou, só com a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), por exemplo, que custou R$ 3 milhões, o retorno em impostos chegou a R$ 4,71 milhões.


“São vocações do Brasil, são vetores de promoção do desenvolvimento que precisam ser objeto de atenção e de investimento por parte do poder público e da iniciativa privada. Quem ganha com isso, no final das contas, não é só o setor cultural, os artistas e produtores, ou o setor de turismo, os agentes de viagem, os profissionais. É o país, é a sociedade, porque o impacto econômico que foi comprovado pela FGV significa mais dinheiro no bolso das pessoas. E de muitas pessoas, porque são cadeias de valor complexos, arranjos produtivos complexas”, afirmou.

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Impacto econômico

Os cálculos feitos pela FGV mostram que cada R$ 1 gasto nos projetos movimentou R$ 17,61 na economia, o que indica um alto índice de alavancagem econômica. Considerando apenas o investimento público, o cálculo da FGV aponta retorno de R$ 1,95 a cada R$ 1 investido.

No programa, 11 projetos habilitados captaram R$ 18,3 milhões via Lei Rouanet e cinco captaram R$ 1,55 milhão pela Lei Estadual do ICMS.

Ao todo, o Rio de Janeiro a Janeiro recebeu 813 inscrições e analisou 749 delas, sendo 617 habilitados e 154 aprovados para a receber a chancela do programa. Até o momento, 94 já foram realizados e os outros 60 vão ocorrer em 2019. A seleção foi feita de forma automatizada, por algoritmo, na plataforma criada pela FGV e disponível para consulta na internet. “Teve total objetividade e sem ingerência humana”, destacou Sá Leitão.

Os eventos que entraram no balanço foram os ocorridos entre o Réveillon e a Árvore da Lagoa (montada em novembro). De todos os projetos chancelados, a maioria é cultural, com 70,2%. Os esportivos foram 23,4% e os corporativos 6,4%, sendo que 77,7% ocorreram na capital e 22,3% no interior. Os aportes estatais chegaram a R$ 169,4 milhões, acima dos R$ 150 milhões previstos inicialmente, e beneficiaram um total de 342 projetos.

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Carnaval

O principal impulsionador é o carnaval, que impactou a economia em R$ 3,02 bilhões, com movimentação de R$ 187 milhões e a participação de 6,5 milhões de pessoas, sendo 1,05 milhão de turistas. Em segundo, ficou o projeto do Réveillon, com a participação de 2,4 milhões de pessoas, sendo 707 mil turistas, e movimentação de R$ 123 milhões e impacto de R$ 1,94 bilhão.

O presidente da Riotur, Marcelo Alves, disse que ficou impressionado com os resultados. “Nós, da Prefeitura, nos colocamos à inteira disposição para dar continuidade aos projetos. Se no primeiro ano gerou isso tudo, imagina daqui pra frente. Está mais do que comprovado que esse é o nosso negócio”.

Operação na Ancine

Sobre a ação de busca e apreensão de documentos feita na última quarta-feira (19) na sede da Ancine (Agência Nacional de Cinema), no centro do Rio, o ministro disse que ainda não foi informado sobre o teor da operação, já que a investigação corre em sigilo. Segundo ele, o levantamento de informações diz respeito à própria Ancine. Sá Leitão reiterou que o órgão e o Ministério da Cultura continuam à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento.

“Até agora nós não fomos informados sobre o teor da investigação, sobre o que se trata. O que eu fiz foi colocar o Ministério da Cultura e a Ancine à disposição da Polícia Federal para compartilhar toda as informações. Não há nada a esconder. Eu tenho absoluta confiança no procedimento ético da equipe da Ancine e também do Ministério da Cultura. Então, é transparência total, estamos à disposição das autoridades pra compartilhar todas as informações possíveis. Eu espero que tudo se esclareça da melhor forma possível”.

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