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Propina paga a prefeito de Niterói era entregue em Sindicato, diz MP

Empresários davam os valores em dinheiro vivo ao ex-secretário municipal de Obras do município; propina era de 20% dos repasses das gratuidades

Rio de Janeiro|Juliana Valente, do R7*, com Agência Brasil

Rodrigo Neves foi preso na manhã desta segunda (10)
Rodrigo Neves foi preso na manhã desta segunda (10) Rodrigo Neves foi preso na manhã desta segunda (10)

As propinas recebidas pelo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, preso na manhã desta segunda-feira (10), eram entregues em dinheiro vivo na sede do Setrerj (Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro), de acordo com o Ministério Público. Em entrevista a RecordTV Rio, a promotora Talita Harduin afirmou que os valores dados pelos empresários eram recebidos pelo ex-secretário municipal de Obras Domício Mascarenhas.

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Segundo as investigações, o esquema funcionava com a cobrança de propina que correspondia a 20% do valor devido pelo poder público do município aos empresários de ônibus como pagamento pelas gratuidades de estudantes, idosos e deficientes. De acordo com a delegada fazendária Ana Paula Faria, o prefeito de Niterói atrasava os repasses referentes à gratuidade como forma de constranger os empresários a pagar os valores.

Ainda segundo a promotora Talita Harduin, em contrapartida aos pagamentos recebidos, a prefeitura de Niterói facilitava o lado dos empresários com ações como o combate ao transporte clandestino e mudanças no trânsito. 

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A investigação da Operação Alameda teve início a partir da delação premiada de Marcelo Traça, integrante do conselho de administração da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro). Segundo a promotora Talita Harduin, uma série de mensagens entre o empresário, Rodrigo Neves e Domício Mascarenhas apontou o esquema.

Além do prefeito de Niterói, o ex-secretário municipal de Obras do município e os outros dois empresários também foram presos preventivamente na ação. Eles são investigados por crimes de corrupção e formação de organização criminosa.

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Em nota, a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) informou que Rodrigo Neves já deu entrada no sistema prisional, mas que a unidade não será divulgada por questões de segurança. 

O Setrerj afirmou que colabora com as autoridades policiais e está à disposição da Justiça para os esclarecimentos necessários.

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Operação

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A Operação Alameda, desdobramento da Lava Jato, investiga um desvio de R$ 10 milhões dos cofres públicos por meio de um esquema de propina paga por empresários do transporte público rodoviário para agentes públicos de Niterói. A ação recebeu este nome, pois os pagamentos dos valores eram realizados dentro da sede do Setrerj, que fica na Alameda São Boaventura, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. 

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A ação contou com 70 agentes policiais, 16 delegados da Polícia Civil e 16 promotores de Justiça, que cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em endereços residenciais, comerciais, órgãos públicos e privados.

Assista ao vídeo:

*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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