Relato da mãe de Moïse vira faixa estendida no local do crime
ONG faz protesto em frente a quiosque na Barra da Tijuca. Justiça mantém prisão temporária de três agressores
Rio de Janeiro|Rafaela Oliveira, do R7*
"Fugimos do Congo para que não nos matassem. Mas mataram meu filho aqui". Essa foi a frase dita por Ivana Lay após a morte do filho, o congolês Moïse Kabagambe.
Na manhã desta sexta-feira (4), a ONG Rio de Paz colocou uma faixa com os dizeres em frente ao quiosque onde o jovem de 24 anos foi brutalmente assassinado, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
De acordo com a organização não-governamental, o ato é em protesto pelo crime bárbaro, a fim de "cobrar uma investigação isenta e célere". Amanhã, diversas entidades sociais organizam uma manifestação no mesmo local, às 10h.
Agressores continuam presos
Na tarde de ontem, Fábio Pirineus da Silva, o Belo, Alesson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, e Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta, participaram de audiências de custódia em salas separadas, na Central de Audiência de Custódia de Benfica, na zona norte da cidade. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão temporária de 30 dias dos três agressores.
O trio foi detido no dia 1º de fevereiro. Segundo a polícia, dois deles têm antecedentes criminais. Alesson Fonseca tinha anotações por corrupção de menores, extorsão e porte ilegal de arma, enquanto Fábio da Silva por falta de pagamento de pensão alimentícia e ameaças à ex-mulher.
Confirmou-se que Alesson trabalhava como cozinheiro no quiosque, que tem diversas irregularidades comprovadas pela Orla Rio. O local foi interditado no mesmo dia da prisão.
Os agressores devem responder por homicídio duplamente qualificado, por crueldade e impossibilidade de defesa da vítima.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa