Imagens mostram casa de família morta no ABC após o crime
Cômodos estavam revirados, havia roupas em cima das camas e marcas de sangue no quarto de uma das três vítimas de assassinato
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Cômodos revirados, roupas em cima das camas e marcas de sangue. Assim estava a casa da família encontrada carbonizada no porta-malas de um carro após ser morta a pauladas no ABC Paulista. Imagens exibidas pela Record TV mostram detalhes do local logo após o crime.
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As vítimas são casal Flaviana Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves de 15. As principais suspeitas do crime são a filha do casal, Ana Flávia Gonçalves, de 24 anos, e a esposa dela, Carina Ramos, de 31. As duas cumprem prisão temporária de 30 dias. Elas negam que cometeram o crime.
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A presença das marcas de sangue no quarto de Juan leva a polícia a trabalhar com a hipótese de que ao menos pai e filho foram mortos ali. Os corpos apresentavam ferimentos graves no lado direito da cabeça. A polícia ainda investiga se a Flaviana, a mãe, foi morta na casa ou se foi obrigada dirigir o carro com os dois já mortos no porta-malas até o local em que os três corpos foram encontrados.
Da casa foram levados eletrodomésticos, joias e cerca de dinheiro que estava num cofre no quarto do casal - cerca de R$ 8.000 em moeda nacional e estrangeira. Também foi levada uma arma antiga.
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Duas perícias foram relaizadas na casa, uma delas na noite de sexta-feira (31). Com a ajuda do reagente quimico luminol, a polícia encontrou vestígios de sangue humano nas escadas, roupas e na maquina de lavar.
Foram também encontradas manchas de sangue nas roupas da Ana Flávia. Apesar de terem sido lavadas, ainda havia sangue no joelho e na região da genitália.
A investigação pediu quebra do sigilo telefônico de Ana Flávia e Carina e busca mais três suspeitos de participar do crime, um deles já identificado.
O caso
Três corpos carbonizados foram encontrados dentro de um Jeep Compass em uma área de mata na Estrada do Montanhão, área de mata em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada de terça-feira (28). Quando as equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, o veículo ainda estava pegando fogo.
Os corpos eram do casal Flaviana Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves de 15.
A filha mais velha do casal, Ana Flávia Gonçalves, de 24 anos, e a mulher dela, Carina Ramos, de 31, tiveram prisão temporária de 30 dias decretada na noite de quarta-feira (29). A polícia justificou o pedido de prisão alegando contradições no depoimento do casal.
De acordo com a polícia, as suspeitas mencionaram que a família tinha uma dívida com um agiota e que Flaviana teria saído de casa de madrugada para realizar o pagamento e depois seguiria para Minas Gerais. A presença do adolescente no carro, porém, fez a polícia desconfiar da versão. A Polícia Civil já tinha como uma das linhas de apuração uma possível briga familiar. Os pais, segundo os investigadores, não aceitavam o relacionamento da filha com outra mulher.
Investigação
Na primeira visita da polícia à casa onde a família morava, em um condomínio de Santo André, os agentes encontraram o imóvel revirado, além de marcas de sangue pelos cômodos. Os investigadores consideraram estranho a residência estar nestas condições, pois não havia sinais de arrombamento. Do local foram roubados eletrodomésticos, cerca de R$ 8 mil, dólares, joias e uma arma.
De acordo com a perícia, litros de água sanitária e manchas de sangue foram encontrados no quarto do adolescente. Também foram localizadas manchas de sangue em peças de roupa de Ana Flávia, a filha.
Um laudo preliminar da polícia apontou que, antes de terem seus corpos carbonizados, as três vítimas morreram com pauladas na cabeça. Como todos os golpes foram do lado direito, a suspeita é de que o autor seja canhoto. Uma testemunha que está sendo preservada contou aos policiais que ouviu barulhos estranhos vindos da casa onde as vítimas moravam, em Santo André.
Uma testemunha revelou que viu um homem de cerca de 1,90 m de altura, junto com as duas suspeitas, na noite do crime, carregando algo pesado para o carro. A investigação quer saber se seriam os corpos das vítimas, já mortas na casa.
Câmeras
As suspeitas sobre a filha ganharam força depois de as imagens da câmera de segurança mostrarem que ela e a mulher estavam na casa na noite do crime. Por diversas vezes, as duas foram flagradas manobrando os carros da família. O carro de Ana Flávia e Carina também é visto entrando e saindo do local várias vezes. Em depoimento à polícia, Carina, que chegou às 20h ao local, alegou ter entrado por volta das 22h. Câmeras mostram que ela usava um casaco com capuz, mesmo fazendo calor, o que também gerou desconfiança da polícia.
Quando o veículo da família deixa o condomínio, por volta de 1h, o carro de Carina e Ana Flávia sai na frente. Duas horas depois, os corpos de Flaviana, Romuyuki e Juan são encontrados.
Segundo a polícia, ao serem questionadas para onde seguiram após deixarem o condomínio, cada uma das suspeitas disse que se dirigiram a lugar diferente. A polícia vai pedir a quebra do sigilo telefônico das duas mulheres para analisar sua troca de mensagens.
Lucas Domingos, advogado do casal, nega qualquer tipo de participação das duas com o crime e diz que não ter certeza se há contradições em seus depoimentos.
A polícia investiga se Flaviana, a mãe, teria sido obrigada a dirigir seu próprio carro com os corpos do marido e do filho. Imagens de câmeras de segurança do condomínio mostram o momento da saída do Jeep que, mais tarde, seria encontrado com os três mortos. Também está sendo apurada a hipótese de Flaviana ter sido rendida antes mesmo de chegar em casa e de seu corpo ter sido transportado no porta-malas junto com os outros dois.