PM terá efetivo 25% maior e vai usar drones no carnaval de rua de SP
Segundo a PM, serão 10.218 policiais nas ruas, número recorde. Equipes vão analisar imagens captadas por drones em locais de aglomeração de foliões
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7
A Polícia Militar terá um efetivo 25% maior do que em 2019 durante o carnaval de São Paulo, chegando a 10.218 homens nas ruas. Pela primeira vez, a polícia vai contar também com o auxílio de drones para monitoramento. Segundo o capitão Osmário Ferreira, chefe da seção operacional do Policiamento da Capital, haverá apoio do Batalhão de Choque, do Policiamento de Trânsito e reforço com policiais das Escolas Militares.
O capitão explicou que a PM atua de acordo com as informações do organizador do evento, no caso a prefeitura: "Se esperava um número maior de blocos, mas houve uma diminuição considerável em relação às inscrições iniciais, por problemas com local, agenda. Mas a prefeitura estima que serão 15 milhões de foliões, 30% a mais do que 2019, isso são 3 milhões de pessoas".
Leia mais: Moradores reclamam e prefeitura cancela Carnaval em rua de SP
Os locais de festa terão monitoramento em tempo real por meio do dronepol. A PM terá 15 drones para uso. Segundo o capitão da PM, "antes não tínhamos essa tecnologia. Vamos atuar com os aparelhos nos principais corredores. A intenção é analisar as imagens no entorno dos blocos, fazer o monitoramenrto na entrada do público, averiguar posturas dos foliões e inibir possíveis delitos".
Um Centro de Gerenciamento de Crise vai funcionar do dia 15 de fevereiro até o dia 1º de março. A prefeitura vai montar 22 tendas nos locais de maior concentração de pessoas para acolhimento de mulheres e adolescentes em casos de assédio, estupro, entre outros. Haverá ainda o ônibus Lilás, que é uma unidade móvel para amparar quem procura ajuda. Em todos esses postos haverá uma policial mulher.
Veja também: Prefeitura de SP abre inscrições para venda de comida no Carnaval
A pedido da Polícia Militar, o som dos trios será desligado uma hora mais cedo do que no carnaval passado. Às 19 horas, terá início a dispersão dos foliões. Os trajetos de cada um dos blocos já foram definidos.
Maior carnaval de rua
O capitão da PM lembrou que São Paulo já é a cidade mais procurada pelos foliões em todo o país, passando a frente de Salvador e destacou que, ao contrário da Bahia que tem dois grandes circuitos, na capital paulista vão participar as 32 subprefeituras. "São Paulo não para, mas há necessidade de um estudo para saber os limites, até onde a cidade comporta, se os locais são compatíveis com os blocos e garantir o ir e vir", argumentou Osmário Ferreira.
O maior número de efetivo será concentrado nos trajetos dos megablocos, principalmente em Pinheiros e na zona oeste da capital, Centro (da avenida Tiradentes até a rua da Consolação) e zona sul, como Vila Mariana, avenida Pedro Álvares Cabral, Berrini e Faria Lima.
Leia mais: Moradores do centro de SP criticam organização do Carnaval de rua
Este promete ser o maior carnaval de rua da cidade, com recorde de inscrições de blocos: 865 para 960 desfiles. Mas houve desistências e os blocos não devem passar de 800, entre o dia 15 de fevereiro e 1º de março. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, o número atualizado deve ser divulgado nos próximos dias.
Além do reforço no patrulhamento, a Polícia Militar garante que serão instalados postos de apoio nos principais corredores de desfiles de blocos e no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital.
Uma das dificuldades enfrentadas pelo policiamento são os eventos não oficiais. Osmário Ferreira relata que "muitas vezes não é um bloco, mas um encontro de pessoas marcado pelas redes sociais". A PM já recebeu denúncias deste tipo.
Veja também: Blocos cobram prefeitura por ações contra assédio no Carnaval
De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), "ações preventivas e ostensivas de policiamento serão intensificadas ao longo de todo o período de carnaval para combater práticas criminais, inclusive as de cunho sexual". Em nota, a SSP informou que a Polícia Civil trabalha no planejamento estratégico "para aprimorar o atendimento nos plantões nas delegacias". A Superintendência da Polícia Técnico Científica vai manter a força-tarefa, principalmente no litoral paulista, para a Operação Verão.