Prefeitura decreta situação de emergência na zona leste de SP
Jardim Helena continua alagado após fortes chuvas de 10 de fevereiro. Com o decreto, podem ser feitas contratações emergenciais de obras e serviços
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7
A Prefeitura de São Paulo decretou situação de emergência no distrito do Jardim Helena, zona leste da cidade, porque a região permanece alagada desde as chuvas de 10 de fevereiro. O decreto foi publicado no Diário Oficial deste sábado (15). Com isso, a administração municipal pode realizar obras e contratar emergencialmente produtos e serviços sem a necessidade de licitações.
No decreto, a prefeitura destaca a manifestação da Defesa Civil "de que algumas localidades permanecem ainda alagadas com riscos à população". O documento informa ainda que as Secretarias Municipais da Saúde, de Assistência e Desenvolvimento Social e a Subprefeitura de São Miguel relataram a necessidade de intervenções emergenciais do Poder Público devido aos danos decorrentes da permanência do alagamento por um longo período.
Leia mais: História de São Paulo explica crises com chuvas e enchentes na cidade
O documento traz os nomes das 97 vias que ainda são afetadas pelas enchentes. As ruas mais prejudicadas pertencem aos bairros Jardim Helena, Vila Itaim, Vila Aimoré, Jardim Pantanal e Vila Seabra.
O decreto tem como base uma instrução normativa do Ministério da Integração Nacional, que ressalta danos humanos, materiais e ambientais, além de prejuízos econômicos e sociais que "concorreram como critérios agravantes da situação".
Veja também: Esse é o novo clima de São Paulo, diz cientista sobre chuva intensa
Tendas
A Prefeitura de São Paulo instalou na quinta-feira (13) tendas sociais na região de São Miguel Paulista, zona leste, para atendimento da população atingida pelas enchentes. O secretário municipal de Segurança Urbana, José Roberto Oliveira, afirmou que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) estará 24 horas por dia nos locais: "Nossa equipe ambiental terá botes para ajudar as pessoas que estão em áreas alagadas”.
As tendas estão em pontos estratégicos como a Vila Seabra, Jardim Pantanal, Jardim Novo Horizonte, Chácara Três Meninas e a Vila Itaim. Com funcionamento das 9h às 18h, elas contam com 16 profissionais da GCM, Defesa Civil, Assistência Social e Saúde.
Veja ainda: Fortes chuvas deixam parte de São Paulo em estado de atenção
Nas tendas há itens de higiene pessoal e limpeza, banheiros químicos, água e é possível fazer o cadastro da Assistência Social para receber cestas básicas, colchões e cobertores, além de acesso a vacinas.
Limpeza das vias
A Subprefeitura de São Miguel Paulista intensificou as ações para limpeza e escoamento da água nas vias da região. Durante os trabalhos, as equipes usam o caminhão “Tatuzão”, que faz a desobstrução das caixas coletoras para melhora do sistema de drenagem das águas pluviais, e tratores para retirada de entulhos arrastados pela água.
Chuvas
Na segunda-feira (10), o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura) registrou pela manhã 76 pontos de alagamento, sendo 68 intransitáveis. As marginais Tietê e Pinheiros ficaram alagadas por causa do transbordamento dos rios. As regiões de Ipiranga, Perus e Butantã entraram em estado de alerta por transbordamento. No Itaim Paulista, na zona leste, a situação passou a ser monitorada por causa do risco de transbordamento.
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) ficou alagada e o abastecimento de alimentos só pôde ser retomado três dias depois. O rodízio municipal de veículos ficou suspenso na cidade por 2 dias. Linhas de trem ficaram cheias de água e houve problemas de falta de energia elétrica em alguns pontos da capital.