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Visitante diabética é impedida de ir em atração do Beto Carrero por usar sensor de glicemia no braço

Dispositivo é acoplado à pele do usuário junto de um adesivo e monitora os níveis de glicemia do paciente com diabetes

Saúde|Giovanna Borielo, do R7

Sensor de glicemia usado por visitante fica grudado à pele do paciente
Sensor de glicemia usado por visitante fica grudado à pele do paciente

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma visitante diabética no parque Beto Carrero World, em Santa Catarina, ser impedida de entrar em uma das atrações por usar um sensor de glicemia. Na publicação, compartilhada pela influenciadora conhecida como Marília Tipo Doce, ela compara a situação relatada pela visitante — que não teve sua identidade revelada —, que precisou retirar o sensor para entrar no brinquedo, com o tratamento oferecido em parques no exterior. 

Veja abaixo:

Nas imagens, a visitante reclama que retirar o objeto, que não é reutilizável (o preço médio de cada sensor é de R$ 280), lhe causará prejuízo e a impedirá de fazer o monitoramento da glicemia. 

Procurado pelo R7, o Beto Carrero World alegou que a ação tomada pela funcionária segue um protocolo de segurança sugerido pelos fabricantes de atrações consideradas radicais,e que restringe o uso do sensor e de outros aparelhos médicos que não sejam permanentemente fixados. Para as demais atrações, não consideradas radicais, não há nenhuma restrição aos usuários.


Leia o posicionamento do parque na íntegra:

"A restrição do uso do aparelho FreeStyle Libre e outros aparelhos médicos que não sejam permanentemente afixados ao corpo é uma regra de segurança imposta pelos fabricantes dos brinquedos radicais. A segurança das milhares de famílias que nos visitam é prioridade por aqui, por isso seguimos à risca todas as medidas orientadas pelo fabricante.


Vale lembrar que essa medida vale somente para as atrações mais radicas, como Big Tower, Rebuliço, FireWhip e Star Mountain. Nas atrações familiares, infantis, nos shows emocionantes, entre outras, todos podem curtir sem essa restrição. Para os mais radicais recomendo o Hot Wheels Epic Show (de tirar o fôlego), o Tchibum, uma montanha-russa aquática, ou até o Madagascar Crazy River, uma aventura pelas correntezas com Alex e sua turma.

Um ponto importante pra te contar é que pessoas com diabete tipo 1 e 2 sempre foram prioritárias aqui no Beto Carrero World. Ao chegar no parque, basta procurar o nosso Serviço de Atendimento ao Visitante e apresentar o laudo ou carteirinha que comprove a doença. Dessa forma, quem tiver essa condição e sua família irão aproveitar o parque ao máximo, evitando filas nas atrações, coisa boa né?


Esperamos que todos os nossos visitantes vivam dias mágicos e inesquecíveis por aqui 鸞

Beto Carrero World"

A reportagem buscou, também, o posicionamento da fabricante do sensor para entender se o sensor de monitoramento glicêmico pode oferecer riscos aos usuários não diabéticos ou se poderia se desprender-se.

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Em nota, a empresa alegou:

"Atualmente, o sistema FreeStyle Libre da Abbott é permitido em vários parques de diversões em todo o mundo. Seu pequeno sensor adere à pele através de um adesivo forte projetado para mantê-lo no lugar por 14 dias e, como parte dos testes realizados, o sensor é submetido a um teste de choque que expõe o dispositivo a 15 Gs de força para que não haja descolamento. Também não é esperado que o seu desempenho seja afetado durante o uso em parques. Além disso, ele não é considerado uma prótese, visto que a tecnologia FreeStyle Libre não substitui membros ou órgãos do corpo.*

Caso ocorra a retirada do sensor dentro do período de 14 dias, seu funcionamento é interrompido, bem como o monitoramento contínuo da glicose do usuário. Nestes casos, a pessoa deverá realizar o controle do diabetes via picada nos dedos (método tradicional) ou aplicar um novo sensor para iniciar um novo ciclo de monitoramento contínuo da glicose por 14 dias. 

*Fonte: Resolução Normativa da ANS – RN nº 465, de 24 de fevereiro de 2021, publicada na seção 1, do DOU de 2 de março de 2021."

De acordo com a endocrinologista Tassiane Alvarenga, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), o sensor em questão não oferece riscos aos não usuários, não emite substâncias nem radiações prejudiciais.

Tassiane afirma que o aparelho é pequeno e fino, semelhante a uma moeda de R$ 1, e tem cerca de 0,5 cm de espessura e 3,5 cm de diâmetro e não pode ser considerado uma prótese. 

"O risco de se desgrudar da pele é mínimo, praticamente nulo, e seu uso é extremamente importante para pessoas com diagnóstico de diabetes, principalmente de diabetes tipo 1, que tem muita variabilidade da glicemia (açúcar no sangue). O dispositivo também possui uma cobertura adesiva que o mantém firmemente fixado à pele durante o período de uso, que pode variar entre dez e 14 dias, dependendo do modelo", afirma a endocrinologista.

A médica afirma que a reirada do sensor é segura e não apresenta riscos à saúde do paciente, desde que exista outra forma de monitorar a glicemia, como um glicosímetro (aparelho que mede a glicemia da maneira tradicional. Por meio da picada no dedo, o sangue é coletado e colocado em uma fita acoplada ao glicosímetro).

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"Os pacientes podem ficar sem o sensor após o período de uso (10-14 dias), mas outra forma de monitorização é fundamental. Diabetes não se sente, se mede. O paciente pode estar totalmente assintomático, e a glicemia estar alta ou baixa demais, e isso pode gerar risco à saúde. Por exemplo, a hipoglicemia pode levar a arritmia, convulsão e até ao coma", finaliza. 

Olhar e sentir o cheiro de comida gostosa já pode aumentar o risco de diabetes; entenda:

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