Covid-19 pode ser agravada por sequelas deixadas por tuberculose?

Histórico da doença não é considerado fator de risco, mas o pulmão com função prejudicada pode levar a quadros mais graves

Saúde|Aline Chalet, do R7*

15/05/2020 - 02h00 (Atualizado em 05/04/2024 - 07h22)

Histórico de tuberculose, por si só, não caracteriza fator de risco para o novo coronavírus, porém, o infectologista Marcos Cyrillo, diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), explica que as sequelas deixadas pela doença podem prejudicar o quadro do paciente infectado pela covid-19.

“A tuberculose cria cicatrizes, fibroses, estrias, cavernas. Se o seu pulmão está muito prejudicado e você pega o coronavírus, pode ter um caso agravado, vai depender muito do tamanho da sequela e de outros fatores, como a sua imunidade e a carga viral.”

Ele explica que o tratamento da tuberculose leva 6 meses e que uma pessoa em tratamento, com a doença ativa, pode ter o quadro agravado pela covid-19. “Vai causar uma inflamação em um órgão que já está debilitado”.

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A Infectologista Glória Brunetti, do pronto-socorro do Hospital Emílio Ribas, alerta que a tuberculose, por ser uma doença silenciosa, precisa de uma atenção especial. “O risco não está relacionado em contrair a infecção, e sim de evoluir para um quadro mais grave.”

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Segundo Cyrillo, outras doenças que tenham prejudicado o desempenho de órgãos afetados pelo coronavírus podem acarretar quadros mais graves, assim como doenças em tratamento ou controladas.

“Se você tem câncer, mesmo que ele não esteja em atividade, ou doenças autoimunes, doenças no rim, o vírus vai inflamar um órgão que já tinha a função alterada, isso pode agravar o quadro.”

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*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

Projeto ajuda a salvar moradores de rua com covid-19:

Em meio à pandemia do coronavírus, profissionais da saúde dão exemplo de solidariedade e saem pela cidade de São Paulo com o projeto "Médicos do Mundo", que visa identificar moradores de rua afetados pela doença e oferecer o suporte necessário. O Hoje em Dia acompanhou os profissionais envolvidos nessa ação. Confira!

Uma ONG, que atua na maior metrópole do País, reúne médicos de diversas especialidades para promover uma ação solidária para moradores de rua. O encontro, que acontece na Praça da Sé, realiza avaliações para verificar se há sintomas do novo coronavírus, além de oferecer outras consultas na área de odontologia e psicologia, por exemplo

A cada quinze dias, inúmeros profissionais da saúde realizam os atendimentos de forma gratuita e alertam sobre os perigos da COVID-19. "Nós atendemos as pessoas para monitorar o que se passa nas ruas e para diagnosticar sintomas suspeitos. Quando é positivo, nós encaminhamos para as unidades de saúde mais próximas. Também instruímos as pessoas para que elas não se contagiem e possam se prevenir", explica Carla Strafacci, diretora da ONG Médicos do Mundo.

Além das consultas realizadas, A ONG distribui medicamentos, roupas, água, lanches, álcool em gel e máscaras de proteção para as pessoas em situação de rua, tudo com o auxílio de doações. Os amigos de quatro patas dos moradores também ganham comida e consulta com veterinários, tudo para garantir o bem-estar do animal e também do seu dono!

"A proposta do projeto Médicos do Mundo sempre foi atender pessoas em situação de vulnerabilidade social e em casos de catástrofes, como acontece agora. Esse é o nosso propósito", relata a diretora.

O Hoje em Dia vai ao ar de segunda a sexta, às 10h00, na Record TV

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